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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 10, 2010

Dilma defende atuação do BC





Dilma defende atuação do BC na crise após declarações de Serra

Rodrigo Viga Gaier - Da Reuters
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A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, defendeu nesta segunda-feira a atuação do Banco Central durante a crise global, em resposta às declarações do rival do PSDB, José Serra. Em entrevista à rádio CBN nesta manhã, Serra criticou o BC, ao indicar que o governo não aproveitou o momento de baixa demanda para reduzir ainda mais os juros. O BC iniciou um ciclo de cortes da taxa básica de juro em janeiro de 2009. A Selic foi reduzida em cinco reuniões, até chegar a 8,75 por cento ao ano em julho daquele ano. Desde então, o juro foi mantido nessa patamar e, em abril de 2010, começou a subir.
Após participar de evento no Rio de Janeiro, Dilma disse a jornalistas, ao ser questionada sobre as declarações de seu opositor, que o BC tem perfil "de cuidado e de cautela". "Não posso deixar de reconhecer a quantidade de acertos, que foram muitos, que o BC teve no enfrentamento da crise", disse Dilma, ao citar a redução de compulsório e outras medidas para ampliar a oferta de crédito no Brasil. "O fato é que ele (BC) acertou na política monetária e no enfrentamento da crise. Ninguém pode deixar de reconhecer o papel importante no financiamento também dos nossos exportadores junto com o Ministério da Fazenda", acrescentou.
Dilma, ex-ministra da Casa Civil, evitou especular o nome do futuro presidente do BC caso ela seja eleita, mas declarou que pretende manter em um eventual governo a autonomia operacional do BC. "As relações institucionais têm que se pautar pela maior tranquilidade possível e pela serenidade. Nós sempre tivemos uma relação muito tranquila com o Banco Central e muito pouca turbulência", disse ela. Dilma rebateu acusação do tucano de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria fazendo terrorismo eleitoral ao defender a continuidade do atual governo pela eleição de sua candidata.
"A continuidade do governo do presidente Lula e do projeto nós defendemos, até por razões óbvias. Eu integrei o governo, coordenei os programas de governo, participei de cada uma das etapas... Todos os grandes projetos eu participei diretamente. Não tem terrorismo nenhum em nós acharmos que quem representa melhor a continuidade somos nós", afirmou a petista.

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