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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 16, 2010

Eletricidade: brasileiro paga uma das tarifas mais caras do mundo






Eletricidade: brasileiro paga uma das tarifas mais caras do mundo

O alto custo e péssima qualidade dos serviços de eletricidade e telecomunicações é resultado direto do modelo de privataria promovido pelo tucanato nos anos FHC. Modelo que a mídia corporativa ainda esforça-se em defender, atacando qualquer tentativa de mudança de rumo, como o caso da empresa de banda larga que o governo planeja constituir. Por essas e outras, o candidato tucano, José Serra, não decola nas pesquisas eleitorais, levando as viúvas do neoliberalismo ao desespero.

Segundo reportagem publicada pelo Estadão, o Brasileiro paga uma das tarifas de eletricidade mais caras do mundo. O valor é mais alto que no Canadá, Estados Unidos, Noruega, França e México, e deve aumentar ainda mais neste ano. A constatação é de levantamento da consultoria Advisia, por encomenda da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace).

O estudo usa dados de 2007, por causa da defasagem nos sistemas internacionais de consulta, como a Agência Internacional de Energia (AIE). Mas, segundo especialistas, a relação não mudou substancialmente.

Na época, a tarifa residencial média no Brasil era de US$ 184 por megawatt-hora (MWh) e a industrial, de US$ 138 por MWh. O valor mais baixo para residências era encontrado na Noruega, de US$ 48 por MWh. No segmento industrial, o Canadá tinha a melhor tarifa: US$ 68 por MWh. Na Alemanha, que tinha as maiores tarifas, os consumidores residenciais pagavam US$ 212 por MWh e os industriais, US$ 84 por Mwh.

"Deveria haver alguma relação entre custo de energia e qualidade, até porque boa parte da tarifa brasileira é referente a encargos, incluindo o sistema de transmissão, que está falhando", comentou o presidente da Abrace, Ricardo Lima.

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