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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, maio 14, 2010
FORMAÇÃO DE UMA FRENTE AMPLA JUDIA-ÁRABE PELA DEFESA DA DEMOCRACIA
FORMAÇÃO DE UMA FRENTE AMPLA JUDIA-ÁRABE PELA DEFESA DA DEMOCRACIA
Partido Comunista de Israel
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O Comitê Central do Partido Comunista de Israel (PCI) clama contra o recrudescimento contra a democracia no espaço de Israel e contra os processos de fascistização; e chama para uma ampla frente em defesa da democracia.
Os recentes ataques contra jornalistas e a imprensa e a constante tentativa de cercear a liberdade de expressão; impedindo a publicação dos casos de prisão; cobrando um jornalismo de “espionagem” e proibindo a publicação de documentos sobre operações ilegais de assassinatos de Palestinos nos Territórios Ocupados; tratando o jornalista que publica os documentos (aprovados pela censura) com prisão, enquanto não toma nenhuma providência contra os oficiais que autorizaram os assassinatos; incitando contra o jornal diário “Haaretz”, que publicou o artigo – tudo isso é expressão da grave deterioração à luz dos esforços do governo em destruir a democracia.
Esse último assunto é outra parte dos ataques recentes contra a democracia: as mudanças políticas dos “policiais de assalto” pressionam contra o Membro do Knesset, Muhammad Barakeh, membro do Comitê Político do PCI e líder da Frente Democrática pela Paz e Igualdade; o incitamento contra a Fundação Novo Israel (FNI) e a Associação por Direitos Civis em Israel (ADCI); a maré de legislação racista e antidemocrática no Knesset; o banimento dos protestos populares contra o Muro da Separação em Bil’in e Nil’in; a perseguição da polícia contra manifestantes em Sheikh Jarrah; e os ataques com tiros no clube do PCI em Umm El-Fahem.
Nossas previsões se tornaram realidade: a política sistemática de banimento das liberdades dos cidadãos Árabes, além de não ter sido parada, está agora contra todos os cidadãos de Israel, Judeus e Árabes. A perseguição aos comunistas é acompanhada pela perseguição a democratas e liberais.
À luz da urgente necessidade de uma luta em defesa do homem e dos direitos civis, o PCI chama para um esforço crescente de formação de uma frente Judia-Árabe em defesa da democracia. Essa frente deve incluir todos aqueles que prezam a democracia, independente de diferenças ideológicas.
Formar uma frente de defesa da democracia, na arena nacional e nas arenas locais - é nossa responsabilidade e nossa missão entre os trabalhadores e os jovens, entre ambos os povos desse país.
Por um Oriente Médio Livre de armas nucleares
O acordo EUA-Rússia sobre a redução do arsenal de armas nucleares é um passo na direção certa. A resolução da Cúpula Árabe por um Oriente Médio livre de armadas nucleares é, também, um passo na direção certa.
O PCI reitera a importância da luta para a destruição de tais armas, para um futuro no qual Israel, assim como os países vizinhos, e o Oriente Médio num todo, estarão livres das armas nucleares e todas as armas de destruição em massa.
Desentendimentos não quebraram a “Aliança Estratégica”
De acordo com reportagens, a administração de Obama está demandando, do governo de Netanyahu, o congelamento de construções na vizinhança Árabe da Jerusalém Oriental e ao longo da Cisjordânia, para alcançar um acordo com a Autoridade Palestina em dois anos.
Consideramos que todas as medidas que limitam a expansão dos colonos e a expulsão dos Palestinos de seus lares e terras como passos importantes. No entanto, as declarações da administração Obama relativas a essas questões estão para serem testadas em suas implementações.
Os desacordos táticos entre Obama e Netanyahu não afetaram a aliança estratégica entre Israel e EUA. Pelo contrário, recentemente a administração Obama fez a transferência de três milhões de dólares para Israel, para a compra de 25 aviões F-35 e aviões de carga, como parte das preparações de um possível assalto ao Irã. Enquanto isso, os EUA continuam armazenando equipamento militar em Israel.
Pobreza entre os trabalhadores
Recentemente, o Banco de Israel se juntou às fileiras daqueles que têm alertado, há anos – o PCI inclusive – contra a política que leva, mais e mais, as famílias dos trabalhadores para a pobreza e a desigualdade. Os resultados do Banco de Israel mostram hoje, novamente, a política de privatização, redução de impostos para os ricos, desemprego, redução de direitos trabalhistas, assim como uma repressão contra a organização sindical aprofundam o fosso entre o capital e o trabalho, aumentando a riquezas dos ricos e o número de pessoas abaixo do nível da pobreza.
O PCI, contra essa política, está do lado daqueles trabalhadores que lutam para formarem sindicatos nos seus espaços de trabalho, melhorando seus salários e condições de trabalho.
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