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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 16, 2010

Irã país com gente como a gente






Por que o Irã não pode ter a bomba atômica?

O Ocidente, que jamais criticou o arsenal nuclear de Israel e jamais criticou os países que possuem tais arsenais, responde: “Porque o Irã não está preparado para viver no seio das nações civilizadas”.

Mas o que o Irã pode fazer que o Ocidente já não fez?

A Inquisição?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Ocupar, saquear e transformar o continente africano em colônia?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Ocupar, saquear e colonizar o continente asiático?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Provocar a Primeira Guerra Mundial?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Provocar a Segunda Guerra Mundial?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Lançar bombas atômicas sobre Hiroshima?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Jogar a bomba atômica sobre Nagasaki?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Invadir o Iraque, saquear suas riquezas e destruir mais de 35 mil sítios arqueológicos?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Invadir o Afeganistão e não deixar pedra sobre pedra?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Ocupar e transformar a belíssima Guantánamo cubana num centro de tortura?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Saquear as riquezas das Américas do Sul e Central?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Construir um muro em Israel para segregar os semitas palestinos?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Financiar os principais cartéis de drogas de todo o mundo para dar uma sobrevida a Wall Street?

Isso o Ocidente civilizado já fez.

Realmente, o Ocidente tem razão. O Irã não está preparado para viver no seio das nações civilizadas...

By: Gilson Sampaio

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