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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 09, 2010

O Bolsa Familia é coisa pro povo do Norte dizem os desinformados


Uma das reações da chamada elite branca paulista é desdenhar os altos índices de popularidade do presidente Lula, que gira em torno de 80%. E uma das justificativas estapafúrdia encontrada é dizer que é por causa do bolsa família dos nordestinos, a elite da massa cheirosa é composta na maioria por leitores de Caras e Veja.
Como muitos só leem as revista Caras que mais parece álbum de figurinha e não tem informação nenhuma a não ser fatos e fotos de pessoas que alcançaram destaque social muitas vezes por não enxergarem além do umbigo, e talvez "veja" tudo pelo lado da massa cheirosa. E nem saibam o que é distribuição de renda.
E também a revista semanal Veja que também não traz em seu conteúdo jornalístico matérias de interesse social e de programas bem sucedidos do governo federal e os artigos são escritos por gente que não tem vergonha na "cara" por ser integrante da imprensa golpista.
Tenho quase certeza que não viram o mapa acima, em Caras ou na Veja, com dados do ano passado sobre a quantidade de famílias beneficiadas nos estados do país pelo programa do governo federal bolsa família.
Como podemos ver só a região sudeste, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, chegam a três milhões de famílias, ou seja, 30% do total, que hoje ultrapassa os 12 milhões de famílias atendidas, três vezes mais que um milhão de famílias dos cinco estados do norte juntos.
O três estados do sul do país, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, têm também um milhão de famílias incluídas no programa bolsa família, números quase idênticos aos cinco estados do norte.
O número de famílias contempladas é um pouco maior no nordeste por ser formado por nove estados, precisamos explicar bem o que é norte e nordeste por que a elite branca costuma fazer confusões com mapas geográficos, vide os mapas do governo Serra distribuídos nas escolas que tinha dois mapas do Paraguai e não constava o do Uruguai.
Enfim, a justificativa que a popularidade de Lula é por causa do povo de cima, ou que bolsa família é pro povo do norte, não serve mais de argumento da elite branca e cheirosa, que prefere ler nas revistas de sua preferência Caras e Veja, se o Chiquinho Scarpa apanhou ou bateu na mulher no dia do casamento, ou se a filha do Geraldo Alckmin é ainda gerente da Daslu a mega loja trambiqueira, conhecida também como a galeria Pagé de luxo.
Escrito por CELSO JARDIM.
Brasileiro, jornalista, biomédico. Ass.de Imprensa e Comunicação. O Blog prioriza temas e assuntos de Política, Cultura e Cotidiano Escritor, autor do livro 'A Torre'. Coluna do Blog todas as 2ª feiras. Fatos e fotos do cotidiano vejam em "Conversando no Jardim". Celso Jardim escreve artigos e crônicas em jornais desde 1994. Colunas em sites de notícias, em "house organ" e também na mídia impressa. Editor, criou as colunas em 1995, "Pinga Fogo" e em 2000 "Conversando no Jardim". Editor do jornal AQUI SP.
do Blog daDilma

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