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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 13, 2010
O ministro Guido Mantega (Fazenda) criticou ontem a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e negou que o atual governo tenha dado continuid
O ministro Guido Mantega (Fazenda) criticou ontem a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e negou que o atual governo tenha dado continuidade à política econômica do PSDB.
Habitualmente comedido nas comparações entre o atual desempenho da economia brasileira e o alcançado em governos anteriores, Mantega mudou de postura em evento da diretoria nacional da Central Única dos Trabalhadores.
"É incorreto dizer que este governo continuou uma política econômica que já existia. Houve uma mudança muito grande. Este governo passou a priorizar o crescimento mais forte da economia, e o Estado passou a impulsionar este crescimento", disse o ministro.
Programas sociais
Segundo Mantega, a gestão anterior "achava que o mercado podia resolver tudo". Segundo ele, outra diferença fundamental entre os governos do PT e do PSDB está na administração dos programas sociais.
"Todo governo tem programas sociais. Mas há diferenças entre programinhas e programões. Todo mundo pode dar água, leite, farinha. Outra coisa é fazer um programa social organizado que leve a população a ter melhores condições", acrescentou Mantega.
Além disso, o ministro destacou as obras de infraestrutura tocadas pelo governo Lula e ironizou o investimento no setor na administração anterior.
"Em 2001, em termos de infraestrutura, o país estava depauperado. Durante muito tempo não se investiu no país, tanto que naquele ano tivemos um apagão", declarou.
No mesmo evento, o ex-ministro José Dirceu afirmou que FHC está com ciúmes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele está numa fase de ciúme com o Lula. E dizem que ciúme de homem com homem é a pior coisa que existe", disse Dirceu.
O tucano falou recentemente que a escolha de Dilma não foi unânime no partido, e sim fruto de "dedaço" do presidente Lula. Dirceu rebateu a crítica, dizendo que a amargura de FHC é não ter indicado nenhum candidato, já que a rejeição ao seu governo é alta.
"É uma crítica irrelevante. A candidatura de Dilma teve apoio unânime do PT. E o PT não é um partido que você diz o que ele deve fazer. Se ela recebeu o apoio do PT, é porque ela tem história política", afirmou o ex-ministro da Casa Civil.
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