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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 16, 2010

Premiê Português Também Quer Lula à Frente da ONU.






Premiê Português Também Quer Lula à Frente da ONU.

A França, a Índia e a Palestina já disseram que também apoiarão uma eventual candidatura do líder brasileiro. Essa candidatura só poderá ocorrer com o apoio do governo, ou seja, somente se Dilma ganhar.

Seguem alguns trechos da entrevista do Premiê Português, José Sócrates:

"A afirmação do Brasil no mundo nos últimos anos é de enorme importância para Portugal. Se há uma questão estratégica que mudou para Portugal nos últimos anos, é a ascensão do Brasil. E cada vez que o Brasil sobe de posição no concerto das nações, no quadro internacional, Portugal vai atrás".

E

"Estaria na primeira fila desse apoio [eventual candidatura de Lula a secretário-geral da ONU]. Temos apoiado, em primeiro lugar, o Brasil no Conselho de Segurança, como membro permanente. Isso é muito importante para o Brasil, mas é muito importante para a ONU.

A ONU tem de passar por uma fase de reforma que permita que suas instituições representem o mundo que existe e não o de 50, 60 anos atrás.

O presidente Lula é uma grande figura da política mundial. Não sou apenas seu admirador e seu amigo, como tenho certeza de que ele é jovem demais para se retirar da política. Tenho certeza de que ele desempenharia muito bem qualquer cargo internacional.

Acho que é [realista a candidatura à Secretaria-Geral]. Lula tem um capital político tão importante que seria grande desperdício não o aproveitar. Não deixarei de insistir com ele para que não se retire da política ativa ao nível mundial.

Estarei no Brasil, no final do mês, com Jorge Sampaio [ex-presidente de Portugal], com o presidente de governo Zapatero e também com o premiê Papandreou. Combinamos de conversar sobre isso com Lula.

A esquerda europeia tem grande admiração pelo presidente Lula, e nós gostaríamos que se mantivesse na política".

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