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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 13, 2010
Serra baba ÔVO sai fora piolho
Para Serra, Lula não é “o cara”, é o Papa
quinta-feira, 13 maio, 2010 às 14:32
José Serra perdeu a noção do rídiculo na sua estratégia de não confrontar a popularidade de Lula. Está indo além dos piores puxa-sacos do presidente, tantos os rapapés que faz diariamente. Três dias depois de dizer que o Banco Central não é a “Santa Sé”, afirmou que “Lula está acima do bem e do mal”. Quer dizer: no mínimo colocou Lula como Papa. A fumaça branca que anuncia a escolha do pontífice foi vista saindo da boca do tucano hoje em Pernambuco, terra do presidente.
Sua Santidade não teceu comentários até agora.
Quem chegasse hoje de Marte, imaginaria que Serra é o candidato de Lula, tamanhos os elogios que o tucano dirige dia sim, outro também ao presidente. Na quarta-feira, ele já tinha dito na televisão que Lula era uma “pessoa simpática” e agora o elevou aos céus.
As cenas de lulismo explícito estreladas por Serra parecem não ter fim.
Ontem o presidente o ironizou dizendo que “Serra agora está sabendo tudo o que ele não sabia quando estava no governo”.
Lula estava errado. Serra não é economista. É ator.
Brizola Neto
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