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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sexta-feira, maio 21, 2010
SEXO é bom foi Deus quem criou
Padre poderia casar, mas não será bispo
21/05/2010 10:01:23
Milton Nogueira
Revista Carta Capital
A Igreja Católica deveria permitir ao padre casar-se, desde que ele abra mão de subir na hierarquia. Cada padre saberia que, se for casado, não será bispo; se quiser subir na hierarquia, não se case
Há décadas o mundo discute o celibato, vantagens e problemas. Muitos acham que um padre, como chefe de uma família, teria melhores condições de aconselhar outras famílias e pessoas. Se pudesse casar-se, ele, como outros pais, terá de pagar contas, corrigir dever de casa, participar da vida de filhas e filhos, ler estórias, controlar festinhas juvenis e milhões de outras tarefas. Sobraria tempo para ser padre? Claro que sim, outros homens que trabalham conseguem tempo bastante para a família (de vez em quando, os jornais noticiam casos de homens que mantêm duas famílias, não é?). O lidar com uma família sua, mundana e plena dar-lhe-ia mais expediente no trato com pessoas comuns.
Um padre chefe de família saberá, melhor que um celibatário, como interpretar questões gerais que atribulam as famílias, tais como finanças, saúde, lazer, viagens. Não lhe faltariam exemplos tirados da Bíblia de homens casados que, enquanto mantinham suas famílias, tinham importante papel na religião e na vida das comunidades. Abraão, Lot, David, Salomão e inúmeros outros.
Muitas religiões cristãs e não cristãs permitem o casamento dos membros de sua hierarquia, sacerdotes, rabinos, pastores, mulahs, gurus, conforme a tradição. Os cristãos ortodoxos, por exemplo, permitem o casamento, mas, apenas, para os que não têm vocação para estudos religiosos ou para condução da Igreja.
Assim funcionaria: se o padre quer casar-se, ele se dedicará ao trabalho pastoral, isto é, dentro de comunidades, perto do povo. Na sua paróquia ele oferece sacramentos, cria ações comunitárias, ministra casamentos, provê assistência religiosa, visita enfermos, organiza grupo de jovens, sempre em contato direto com fiéis.
Ao contrário, aquele que almeja ser bispo para dedicar-se a conduzir a Igreja, fazer estudos teológicos, subir na hierarquia católica e, quem sabe?, um dia ser papa, abrirá mão do casamento para dedicar-se ao ministério religioso.
O baixo clero poderia casar-se, mas o celibato seria apenas para o alto clero.
Joao Evangelista
Sou idealista penso que se deva ou ter: Padre Eunuco ou fim do Celibato. Quem hoje em sã concienciência deixa seus filhos menores na igreja sós com o Padre. Se cientificamente provarem que estes Padres estão sem condições de terem desejos carnais. Bem. Senão que casem. CHEbola
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