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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 15, 2010

Trabalhar por ideal





Todo blogueiro é um jornalista

Um estudo realizado nos Estados Unidos e Canadá sobre mídia e blogs concluiu que 52% dos blogueiros entrevistados se consideram jornalistas.

Este é um acréscimo significativo em comparação com a pesquisa de 2009 das empresas PR Week e PR Newswire, quando cerca de 33% tinham essa opinião.

No entanto, apesar da auto-imagem profissional, a pesquisa também apontou que “somente” 20% deles obtêm a maior parte de sua renda pelo trabalho blogueiro. É um aumento de 4% desde 2009.

Blog como ferramenta

O uso de blogs e redes sociais para pesquisa é discrepante de acordo com o usuário, mostrou a pesquisa: 91% dos blogueiros e 68% de repórteres on-line afirmam que “sempre” ou “algumas vezes” usam blogs para pesquisa, enquanto 35% dos jornalistas de jornais impressos e 38% dos de revistas afirmam fazer o mesmo.

A divergência também aparece quando se fala em redes sociais: 33% dos que responderam as usam, mas 48% dos blogueiros o fazem, 31% dos representantes de jornais impressos e 27% dos de revistas.

Quanto ao uso de Twitter, 64% dos blogueiros afirmaram utilizá-lo para suas pesquisas, enquanto o mesmo ocorre com 36% dos jornalistas on-line, 19% dos de jornais impressos e 17% dos de revistas.

Foram entrevistados mais de 1.500 membros da mídia “tradicional” e “não-tradicional”. Veja mais sobre a pesquisa no site da PR Newswire.

Depois da queda do diploma de jornalismo, no Brasil só é jornalista quem trabalha pra um jornal ou empresa de comunicação. O jornalismo independente que a internet poderia alavancar periga ficar na reprodução automática das agências de informação e em domínios virtuais ligados aos grupos poderosos. A margem de 20% de blogueiros rentáveis dificilmente se aplicaria por aqui.

By: Nassif

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