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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 02, 2010

Agora ele quer a guerra na região, no Irã mas ali vai se arrepender











Obama finge que guerra do Iraque vai acabar

A dor da população foi tudo o que os EUA criaram no Iraque

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As guerras sempre terminaram com a rendição de uma das partes ou com a fuga das tropas de um dos lados, como aconteceu com os Estados Unidos na guerra do Vietnã. Agora, o presidente dos EUA, Barack Obama, quer criar a guerra com data marcada para terminar, ao dizer que o conflito criado por seu país no Iraque terminará no dia 31 de agosto “como prometido e previsto”.

O que Obama faz é apenas uma figura de linguagem ao considerar que a guerra acaba com a retirada de mais de 90 mil soldados norte-americanos, já que o que deixa para trás é um cenário de permanente conflito, guerra civil iminente, com atentados semanais, que causam muitas baixas, sobretudo entre a população iraquiana.

Obama retira 90 mil soldados, mas mantém 50 mil no que chamada de força de transição, que também tem data para sair, no fim do ano que vem. O objetivo dos EUA é que as forças de segurança iraquianas, por eles treinadas, assumam o controle do país, o que é uma situação de risco explosivo, já que representam um governo títere de Washington, sem o menor respaldo da população.

A guerra do Iraque foi criada pelos Estados Unidos que deslocaram suas tropas até lá sob o pretexto de derrubarem o então presidente iraquiano Saddam Husseim, acusado de ligações com Al Qaeda, a quem se atribui o atentado contra as torres gêmeas de Nova York, em setembro de 2001. Saddam não tinha nenhuma ligação com a AlQaeda e os EUA, na verdade, queriam assegurar o fornecimento e o controle sobre o petróleo do país, que tem a terceira maior reserva mundia comprovada.

O Iraque vive um estado de guerra crônica, com conflitos não resolvidos entre diferentes grupos religiosos e com forte presença de facções radicais islâmicas, como a Al Qaeda, que os EUA pretendiam combater. Obama tenta passar uma situação de aparente tranquilidade e controle sobre o país islâmico, mas basta a leitura diária dos jornais para saber que o Iraque continua sendo um barril de pólvora.

dotijolaço

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