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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, agosto 07, 2010

ESSA É A CAPA DA "A ISENTA".DEBOCHA DA AMIZADE SUL-AMERICANA.ELA GOSTARIA QUE O BRASIL CONTINUASSE A TIRAR OS SAPATOS PARA O PRIMEIRO MUNDO




LOS TRES AMIGOS O secretário-geral da Unasul, Néstor Kirchner, o presidente Hugo


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A aproximação da América do Sul com o continente africano

Presidente Lula participou da cúpula América do Sul - África, em Caracas (Venezuela). Foto Ricardo Stuckert/PR


Viagens internacionais

O presidente Lula participou, nesta sexta-feira (6/8), em Caracas (Venezuela), da reunião América do Sul-África. Lula voltou a insistir na aproximação dos países sul-americanos com as nações da África. O secretário-geral da Unasul [União das Nações Sul-americanas], Néstor Kirchner, ex-presidente da Argentina, também integrou a cúpula. Em seguida, o presidente brasileiro se reuniu com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, seguido de assinatura de atos.

Lula acena ladeado por Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e o secretário-geral da Unasul, Néstor Kichner. Foto Ricardo Stuckert/PR

De Caracas, o presidente segue para Bogotá (Colômbia) onde comparece, nesta noite, a jantar oferecido pelo presidente Álvaro Uribe, na Casa de Nariño – palácio do governo. O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia está concentrando as principais informações da cerimônia de posse do presidente eleito Juan Manuel Santos.

A transmissão de cargo ocorre neste sábado (7/8), às 15h (17h pelo horário de Brasília), na Praça Bolívar. Em seguida, o presidente Santos recebe os cumprimentos dos presidentes das nações que estão na capital colombiana para a cerimônia.

Estou esperançoso. Agora eu acredito 100%

Presidente Lula recebe os cumprimentos do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, na chegada a Casa de Nariño. Foto Ricardo Stuckert/PR

Viagens internacionais

O presidente Lula valeu-se do prognóstico feito por ele quando indagado, em Moscou, sobre as chances de um acordo com o Irã, para cacifar sobre um possível acordo de paz entre a Colômbia e a Venezuela. Lula, que desembarcou na noite de sexta-feira (6/8), em Bogotá (Colômbia), para participar de jantar oferecido pelo presidente Álvaro Uribe, na Casa de Nariño, palácio do governo, e da posse do presidente eleito Juan Manuel Santos, disse que está “muito esperançoso” com relação ao fim do impasse dentre as duas nações.

“Vocês lembram bem quando estava em Moscou e me perguntaram sobre as chances de um acordo com o Irã. Agora, acredito 100%”, apostou o presidente brasileiro ao deixar o hotel na capital colombiana.

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