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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 02, 2010

Mercosul Brasil






Lula fortalece Mercosul que Serra despreza


Lula sempre entendeu o Mercosul como um bloco político, não apenas comercial

Ao desembarcar esta noite na província de San Juan, no oeste da Argentina, o presidente Lula será recebido pelos seus parceiros do Mercosul com distinção especial. Amanhã, o presidente brasileiro assume a presidência do bloco, função que vai exercer até o dia 31 de dezembro. A presidência brasileira se inicia no momento que o Mercado Comum do Sul completa 20 anos e tem como tema “Mercosul, os próximos 20 anos.”

Lula é um dos maiores defensores do bloco, ao contrário do candidato tucano à Presidência, que prefere comercializar com os EUA e deixar os vizinhos de lado. Entre as principais iniciativas da presidência brasileira estarão o esforço para aumentar a visibilidade do Mercosul, o fortalecimento institucional do bloco,o apoio à participação social, e o reforço da agenda social, como informa o portal Brasil .

Lula quer deixar sua marca pessoal e vai se esforçar para isso. Afinal, o momento em que passará o cargo para um novo parceiro, em dezembro, coincidirá com os últimos dias dele como presidente do Brasil. Lula nunca escondeu que houve momentos de dificuldades, de desavenças, mas também sempre deixou claro que o Mercosul é um sucesso no que se refere, principalmente, à aproximação dos quatro países que o compõem (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), além de expandir suas ideias e seus projetos a outros seis países.

A América do Sul se fortaleceu nesses últimos anos graças a decisões tomadas pelos integrantes do bloco. Lula sempre acreditou que mais que um projeto econômico e comercial, o Mercosul é um projeto político. Na véspera de assumir, Lula mandou um recado a José Serra para ver se o tucano entende o significado do bloco comercial, : “Aos que propalam o suposto fracasso do Mercosul, lembro que as quatro economias que mais cresceram na América são exatamente aquelas do nosso bloco.”

Para o presidente é uma questão de honra marcar sua passagem com uma agenda extensa e com ações inovadoras. Lula dirá amanhã, em San Juan, no discurso de posse, que o Brasil sente orgulho em defender e proteger os interesses da América do Sul e que se sente honrado em poder comandar nos próximos seis meses este processo contínuo de fortalecimento do bloco.

dotijolaço

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