Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 04, 2011

Imprensa golpista do Equador sofre grande derrota

Justiça condenou donos de jornal à prisão por editorial contra Correa
 Foto: Presidencia Ecuador 
“Reino de terror” da imprensa está no fim, diz Correa
Sul 21 

O “reino de terror” instaurado pela imprensa equatoriana está perto do fim. Assim o presidente do Equador, Rafael Correa, qualificou sua vitória pessoal na Justiça contra o jornal El Universo, de Guayaquil. “Estou lutando pela verdade e para acabar com o reino de terror mantido pela imprensa corrupta”, disse o presidente. Os diretores do jornal anunciaram que irão recorrer da decisão.

A Justiça do Equador decretou nesta quarta-feira (20) três anos de prisão para diretores do diário El Universo e seu editor de opinião Emilio Palacio. O processo movido por Correa, por calúnia e difamação, pode resultar também no pagamento US$ 40 milhões em indenizações.

Correa foi à Justiça em março devido a uma coluna na qual Palacio assegurava que, durante o levante policial de 30 de setembro de 2010, o presidente teria ordenado “fogo à vontade e sem prévio aviso contra um hospital cheio de civis e gente inocente”.

“Espero que a sociedade reaja com este exemplo e lute contra os meios de comunicação que abusam de poder midiático que cometem injúrias e calúnias”, afirmou Correa. O presidente equatoriano disse que não ficará com o dinheiro da ação, que será doado para uma instituição. “Que o jornal pague o que tem que pagar e eu saberei a que destino enviarei esse dinheiro que não me interessa um centavo”, disse Correa.

*esquerdopata

Nenhum comentário:

Postar um comentário