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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 04, 2011

Iranianos celebram tomada de embaixada dos EUA em 1979

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Manifestantes iranianos seguram cartazes contra os EUA durante protesto em frente à extinta embaixada americana em Teerã. Foto: AFP
Manifestantes iranianos seguram cartazes contra os EUA durante protesto em frente à extinta embaixada americana em Teerã
Foto: AFP
Aos gritos de "Morte aos Estados Unidos!", milhares de iranianos se concentraram nesta sexta-feira por ocasião do aniversário da tomada de reféns na embaixada americana em Teerã, em 4 de novembro de 1979, um fato que acabou na ruptura das relações diplomáticas entre os dois países. A concentração também serviu para saudar a Primavera Árabe, que os iranianos chamam de "Despertar Islâmico", e para criticar Israel.
Em 4 de novembro de 1979, alguns meses depois da Revolução Islâmica que derrubou o xá Mohamed Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, 52 funcionários da embaixada americana na capital iraniana foram sequestrados por estudantes islamitas e mantidos reféns por 444 dias.
Em abril de 1980, o presidente Jimmy Carter ordenou uma operação militar para libertá-los, acabou fracassando. Os reféns só foram libertados em 20 de janeiro de 1981. Washington rompeu relações com Teerã em 7 de abril de 1980, e desde então a situação entre ambos países é tensa.
*Terra

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