Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 09, 2012

Cachoeira da podridão: os ratos começam a se soltar

 

Por: Eliseu
ratorataogravataOs ratos que haviam sido levados de roldão na cachoeira de podridão e corrupção que envolve diretamente o senador Demóstenes Torres, ex-DEMo, comandada pelo criminoso-contraventor-bicheiro-“empresário” Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, começam a sair da lama que estavam presos.
Primeiro foi o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, braço direito do criminoso Carlinhos Cachoeira a “convencer” a justiça a soltá-lo. Afinal, num país em que os bandidos dão as cartas e o cidadão de bem é que fica preso, nada fez para permanecer na prisão.
Agora outro ladrão-empresário, ou empresário ladrão, o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu é solto sob o argumento que “não se fazem presentes os pressupostos da prisão cautelar, sendo o requerente merecedor do benefício de responder ao processo em liberdade uma vez que é primário e possui endereço fixo”. Deixem o passaporte em seu poder e verão como é fixo o endereço dele.
A Delta financiava campanhas eleitorais em troca de obras com licitações de “carta marcada”. “O rastreamento do dinheiro injetado pela Delta Construções em empresas de fachada, segundo a Polícia Federal, e ligadas ao esquema do contraventor Carlos Cachoeira, revela que a empreiteira carioca montou um "deltaduto" para irrigar campanhas eleitorais”. Empresas que receberam recursos da Alberto e Pantoja Construções Ltda., cuja única fonte de renda identificada pela Polícia Federal era a Delta Construções, abasteceram cofres de campanhas em Goiás, área de influência da organização criminosa de Cachoeira. Nada de errado no “país das maravilhas”.
Por enquanto, por mais inacreditável que possa parecer, o criminoso-mor, o Carlinhos Cachoeira continua preso. Demóstenes Torres, que talvez seja o pior da quadrilha, pois usava de cargo público de grande influência para auxiliar na prática de crimes, sequer deu com os costados na cadeia.
*OCarcará

Nenhum comentário:

Postar um comentário