Tourinho Neto, o juiz que mandou soltar Cachoeira
No: Brasil 247
Desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Tourinho Neto tem sido um dos poucos magistrados sensíveis às demandas do advogado Marcio Thomaz Bastos, contratado por R$ 15 milhões, no caso do bicheiro Carlos Cachoeira; conheça algumas de suas decisões:
Preso desde o dia 29 de fevereiro deste ano, o bicheiro Carlos Augusto Ramos,
conhecido como Carlinhos Cachoeira, obteve pouquíssimas vitórias na
Justiça até agora, embora tenha contratado um dos advogados mais caros
do País: o criminalista Marcio Thomaz Bastos, ao custo de R$ 15 milhões.
Em praticamente todas as decisões favoráveis, a assinatura nos
despachos foi do desembargador Tourinho Neto.
A
primeira dessas decisões aconteceu no dia 17 de abril, quando Cachoeira
conseguiu deixar o presídio de segurança máxima em Mossoró (RN) e foi
transferido para Brasília. Juiz responsável pela decisão? Tourinho Neto.
Três dias atrás, Tourinho Neto tomou também a primeira decisão para,
eventualmente, sacramentar a morte da Operação Monte Carlo. Relator de
um pedido de habeas corpus apresentado por Thomaz Bastos, ele considerou
as escutas ilegais.
Segundo Tourinho Neto, o
delegado encarregado da investigação, Matheus Mella Rodrigues,
fundamentou o pedido de interceptações em denúncias anônimas. “Não se
pode haver a banalização das interceptações, que não podem ser o ponto
de partida de uma investigação, sob o risco de grave violação ao Estado
de Direito”, disse ele. O julgamento será retomado na terça-feira e se
os demais magistrados acompanharem o relator, o trabalho dos policiais
será atirado no lixo. Curiosamente, Cachoeira, notório por sua indústria
de grampos ilegais, tenta se safar questionando a legalidade dos
grampos da polícia.
Tourinho Neto também tomou
outra decisão favorável a Cachoeira, no dia 13 deste mês, ao mandar
desbloquear os bens do laboratório farmacêutico Vitapan, que está em
nome de sua ex-mulher, Adriana Aprígio – o pagamento dos honorários de
Thomaz Bastos passa pela indústria farmacêutica de Anápolis (GO).
Tourinho
Neto é desafeto da ministra Eliana Calmon, corregedora do Conselho
Nacional de Justiça, e é também visto com ressalvas por certas alas da
Polícia Federal e do Ministério Público. Sua decisão de hoje, no
entanto, não garante a liberdade de Cachoeira, porque ele ainda está em
preso em função de outra operação da Polícia Federal, a Saint-Michel,
cujo habeas corpus ainda não foi julgado.
*OCarcará
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