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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, julho 24, 2012

Juíza chama padres pedófilos de ‘monstros’ destruidores de crianças


Juíza M. Teresa Sarmina
Sarmina abre precedente
para outras condenações
A juíza M. Teresa Sarmina (foto), do Tribunal de Justiça da Filadélfia (EUA), se referiu aos padres pedófilos como “monstros em roupas de sacerdotes que destroem as almas das crianças".

A afirmação foi feita em uma sentença condenando o monsenhor William Lynn, 61, a prisão por um período de 3 a 6 anos por acobertar dois desses “monstros”. A condenação já tinha sido decidida em junho e só faltava o anúncio da sentença.

É a primeira vez que a Justiça americana condena um sacerdote por acobertar pedófilos, o que daqui para frente poderá colocar mais integrantes da hierarquia da Igreja Católica na mira dos tribunais em outros casos desse crime. Até então, as condenações recaiam só sobre os pedófilos, poupando seus responsáveis. 

Padre Lynn manteve os 
pedófilos em atividade
Lynn (na foto) era o responsável na Arquidiocese da Filadélfia pela designação dos padres para as paróquias. Assim, embora soubesse que James Brennan e Edward Avery estavam sendo acusados de abusos sexuais, ele os manteve em suas atividades, o que incluía contato com filhos dos fiéis.

Posteriormente, os dois padres foram condenados pela Justiça. Avery se declarou culpado já no começo da tramitação do seu processo.

Sarmina disse a Lynn: “O senhor sabia muito bem o que era certo, monsenhor, mas escolheu o errado.”

EUA condenam monsenhor por acobertar padres pedófilos.
junho de 2012

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Paulopes

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