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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 27, 2012

Excelente análise sobre ação da oposição


Excelente a análise do jornalista e colunista do site Carta Maior, Saul Leblon, sobre os desequilíbrios da visão do PSDB em relação à imprensa e ao jornalismo ao entrar com representação junto ao Procurador Geral Eleitoral contra o que PSDB e o candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra, chamam de “blogs sujos”. O nome que dão aos que não concordam com a sua política já diz muita coisa: são “sujos”. Seria “limpo”, então, o jornalismo praticado por uma Veja, por exemplo? 


Os tucanos querem, com a ação, asfixiar – “com supressão de publicidade estatal – qualquer outra forma de imprensa que não se encaixe no tripé que o espelha”, escreve Leblon. Bingo! Ou seja: toda imprensa que esteja em consonância com “agendas progressistas; lideranças que as representem; governos que lhes sejam receptivos” seria merecedora de adjetivação como essa que usam para os blogs. Ou, ainda: se não for conservador, de direita, não serve.



Não vou reproduzir aqui todo o conteúdo do artigo, mas recomendo fortemente a leitura. Basta clicar aqui para ler o artigo “PSDB: O Estado-anunciante e a liberdade suja”.


Serra's philosophy: "se não pode vencê-los, cale-os"


...Ou, "se não podem falar bem de mim, que sejam calados e vendados".  Para Serra, só existe liberdade de informação quando se está a seu serviço, caso contrário são todos nazistas na internet.  Blogosfera incomoda tucanos de norte a sul  e aflora o saudosismo conservador reacionário: "Como era doce a vida quando só havia a cobertura política da velha imprensa..."
http://www.palavrasdiversas.com/2012/07/serras-philosophy-se-nao-pode-vence-los.html

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