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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 21, 2012

Frente a Frente TVE Porto Alegre 26 junho 2012



Este é o vídeo do programa Frente a Frente, da TVE de Porto Alegre, gravado em 25 de junho de 2012, um dia após o Dia Mundial dos Discos Voadores.

A história deste programa é bizarra. Simplesmente, depois de gravado, editado, formatado e absolutamente pronto para ir ao ar, ele foi CANCELADO com o mínimo de explicações. Em e-mail, o diretor de jornalismo da TVE, Gilmar Eitelwein, disse que ele não seria exibido, apesar de pronto. "Infelizmente, a direção da TVE entendeu que o programa Frente a Frente que realizamos contigo não será exibido, por não se adequar à temática e filosofia do programa. Lamento, ao mesmo tempo em que agradeço tua disponibilidade e participação". Por não se adequar à temática e filosofia do programa? Então por que convidaram um ufólogo? Por que escolheram este tema?

Bem, dizem que há uma primeira vez pra tudo na vida, e esta foi a primeira na minha em que vi algo assim acontecer...

Convidado -- praticamente convocado -- com semanas de antecedência, tendo a pauta sido exaustivamente discutida via e-mail e telefone, inclusive eu estando em viagem ao exterior e pagando deslocamento caríssimo, compareci com muito boa vontade e com tudo o que me foi solicitado à sede da emissora, na capital gaúcha, naquela data. Gravei o programa de uma hora com quatro debatedores, três reputados jornalistas locais e uma professora de astronomia (cética) da UFRGS. Tudo transcorreu normalmente, as discussões foram de alto nível e a equipe presente -- entre jornalistas, produtores, convidados etc -- se mostrou satisfeita com o resultado.

No entanto, com uma explicação absolutamente rasa, sem qualquer sentido, o programa foi cancelado...

Nunca vi coisa igual em toda a minha vida, e nem mesmo muitos outros colegas ufólogos e jornalistas -- inclusive gaúchos - consultados. "É um desrespeito", resumiu um deles. Por fontes seguras, ouvi o rumor de que se tratou de preconceito da referida diretoria, o que me surpreendeu. Ora, estamos em 2012! Como todo mundo que me conhece sabe, já participei de inúmeros debates de todos os tipos, no Brasil e exterior, e confesso nunca ter experimentado uma situação dessas. Foi realmente estranho!

Mesmo assim, eis o vídeo, disponibilizado pelo jornalista Gilmar, para que vejam seu conteúdo.

-- Gevaerd.

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