O MUNDO AMANHÃ: NOAM CHOMSKY + TARIQ ALI
Assange
recebe Noam Chomsky e Tariq Ali para conversar sobre as mudanças
políticas recentes ao redor do globo. Os dois analisam: para onde será
que o mundo caminha?
Ninguém poderia
tê-las previsto. Mas ainda com o mundo sob o efeito das revoluções no
Oriente Médio, Assange se reuniu com dois pensadores de peso para saber o
que eles pensam sobre o futuro.
Noam Chomsky,
renomado linguista e pensador rebelde, e Tariq Ali, romancista de
revoluções e historiador militar, encontram na Primavera Árabe questões
sobre a independência das nações, a crise da democracia, sistemas
políticos eficientes (ou não) e a legião de jovens ativistas que tem se
levantado para protestar no mundo todo. ”A democracia é como uma concha
vazia, e é isso que está revoltando a juventude, ela sente que faça o
que fizer, vote em quem votar, nada vai mudar. Daí todos esses
protestos”, explica Ali.
“O que temos na
política ocidental não é a extrema esquerda e nem a extrema direita, mas
um extremo centro”, continua ele. “E esse extremo centro engloba tanto a
centro-direita quanto a centro-esquerda, que concordam em fundamentos:
travando guerras no exterior, ocupando países e punindo os pobres,
punindo por meio de medidas de austeridade. Não importa qual o partido
no poder, seja nos Estados Unidos ou no mundo ocidental… “.
Segundo
o próprio Ali, a grande crise da democracia está pulsando nas mãos das
corporações. “Quando você tem dois países europeus, como a Grécia e a
Itália, e os políticos abdicando e dizendo ‘deixem os banqueiros
comandar’… Para onde isso está indo? O que nós estamos testemunhando é a
democracia se tornando cada vez mais despida de conteúdo”, critica o
ativista.
Mas após as revoluções, as conquistas
vêm da construção de novos modelos políticos, inventados. Chomsky cita a
Bolívia como exemplo. “Eu não acho que as potências populares
preocupadas em mudar suas próprias sociedades deveriam procurar modelos.
Deveriam criar os modelos”. Para ele, a chegada da população indígena
ao poder político através da figura de Evo Morales está se replicando no
Equador e no Peru. “É melhor o Ocidente captar rápido alguns aspectos
desses modelos, ou então ele vai se acabar”, alerta Chomsky.
Por
outro lado, está na mãos dos jovens perceber a necessidade de agir,
segundo Tariq Ali. “Não desistam. Tenham esperança. Permaneçam céticos.
Sejam críticos com o sistema que tem nos dominado. E mais cedo ou mais
tarde, se não essa geração, então nas próximas, as coisas vão mudar”.
Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.
*GilsonSampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário