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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 19, 2013

Alckmin sanciona reajuste de seu salário e de secretários 

 

PATRÍCIA BRITTO
DE SÃO PAULO

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), terá a partir deste mês aumento de 10,3% em seu próprio salário. Com o reajuste, o chefe do Executivo no Estado passa a receber R$ 20.662, ante os R$ 18.725 que recebia até o mês passado.
O projeto de lei que reajustou o benefício foi sancionado pelo governador e publicado no "Diário Oficial do Estado" no último dia 29.
O texto havia sido aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa em 17 de dezembro e foi sancionado sem alterações.
Também tiveram aumento o vice-governador, Guilherme Afif Domingos (PSD), que receberá R$ 19.629 ante os R$ 17.789 que recebia até dezembro, e os secretários de Estado, que passaram de R$ 14.980 para R$ 16.529.
O reajuste equivale à inflação acumulada desde o último aumento, em janeiro de 2011. No período, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) foi de 10,35%.

Guilherme Lara Campos/A2 FOTOGRAFIA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou aumento de 10,3% em seu próprio salário
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou aumento de 10,3% em seu próprio salário
IMPACTO
O aumento provocará impacto anual de R$ 230,3 milhões aos cofres do Estado, segundo a assessoria de imprensa do governo.
Os reajustes provocarão efeito cascata, uma vez que os rendimentos de diversas categorias de servidores estaduais --como agentes fiscais, engenheiros, arquitetos, entre outros-- são calculados com base no salário do governador, teto do funcionalismo no Estado.
De acordo com o governo, serão beneficiados 8.236 servidores, que têm vencimento vinculado ao teto estadual.
O último aumento no salário do governador, vice e secretários foi de 26,1%. Na época, 7.444 funcionários do governo foram beneficiados pelo efeito cascata.
O salário de Alckmin está abaixo dos benefícios recebidos pela presidente da República, pelo vice-presidente, por deputados federais, senadores e ministros de Estado, que ganham R$ 26,7 mil.
Já o vencimento dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que serve como teto do funcionalismo público, passou de R$ 26,7 mil para R$ 28 mil a partir deste mês.
DÍVIDA
O aumento salarial foi confirmado ontem por Alckmin durante visita à Casa do Adolescente de Heliópolis (zona sul) para divulgação dos índices de gravidez na adolescência no Estado.
No evento, o tucano também disse ser favorável à tentativa do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de renegociar a dívida do município com o governo federal.
"Eu sou totalmente favorável à proposta do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de redução do pagamento da dívida", disse Alckmin.
O governador citou o Estado de São Paulo, que reduziu sua dívida de 2,2 vezes a receita líquida do Estado para 1,4 vez, mediante pagamento de prestações equivalentes a 13% da receita estadual.
"A dívida, que era de mais de duas vezes a receita, hoje é de menos de uma vez e meia. Então a pergunta que faço é: precisa continuar pagando os 13% ou, de repente, pode reduzir esse pagamento para 12%?" 
*AliceB.

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