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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 17, 2013

Brasília vai receber memorial em homenagem a João Goulart

A nave principal do Memorial João Goulart tem 1.760 metros quadrados, enquanto o prédio anexo administrativo, 450 metros quadrados (Foto: Divulgação)
Memorial da Liberdade Presidente João Goulart será construído no Eixo Monumental, em Brasília
Segundo o governo do Distrito Federal, obra deve ficar pronta em 2014.
'Memorial da Liberdade Presidente João Goulart' ficará no Eixo Monumental.
O projeto do Memorial da Liberdade Presidente João Goulart foi o último do arquiteto Oscar Niemeyer aprovado para a cidade. A construção foi viabilizada por meio de um convênio entre a Secretaria de Cultura do Distrito Federal e o Instituto João Goulart.
O futuro memorial terá uma peculiaridade: uma flecha vermelha com o ano “1964” gravado, referência ao ano do golpe militar que derrubou o então presidente João Goulart.
A previsão é que a obra fique pronta no próximo ano. O representante do instituto e filho do ex-presidente, João Vicente Goulart, afirmou que a expectativa é que o memorial seja concluído antes de 31 de março de 2014, data que marca os 50 anos do golpe militar.
 

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