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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 18, 2013

Líderes do Movimento Passe Livre dizem no programa Roda Viva que estão no campo da esquerda e lutam por uma sociedade igualitária



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Nina Cappello e Lucas Monteiro, líderes do Movimento Passe Livre (Foto: Reprodução / TV Cultura)
A entrevista com dois dos líderes do Movimento Passe Livre (MPL) no Roda Viva da TV Cultura foi marcada por uma postura comedida dos entrevistados. 

O programa entrevistou a estudante de direito Nina Cappello e o professor de História Lucas Monteiro de Oliveira. 
Lucas deixou claro que o MPL está no campo das esquerdas e que o movimento busca uma sociedade igualitária.
Para Nina, o MPL é um movimento social que luta pelo transporte público. Semelhante à estrutura de organização do MST (Movimento dos Sem Terra), eles dizem que procuram atuar de forma horizontal.
Apesar de muitas perguntas sofríveis por parte dos jornalistas da grande mídia, foi possível perceber que os integrantes estavam bastante cautelosos e bem preparados com algumas perguntas mal intencionadas.
Eles também afirmaram que a cidade precisa de uma transformação, para que não impeça a circulação das pessoas da periferia. O movimento tem um projeto de lei, de iniciativa popular, propondo do transporte público com tarifa zero, para que as pessoas (da periferia) possam se apropriar da cidade.
Assista vídeo abaixo:
 
*cutucandodeleve

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