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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 05, 2013

San Ernesto Guevara de La Higuera






Ele foi beatificado pelo povo sem a necessidade de trâmites legais.

Tem realizado milagres.

Capelas humildes construídas pelos fiéis.

Orações matutinas e vespertinas.

"nadie muere mientras se lo recuerde".

Estamos falando de San Ernesto Guevara de La Higuera.

El Che.

O Che que foi assassinado pela CIA quando, revolucionário, tentava libertar a Bolívia das garras do imperialismo.

Quis o destino que o soldado que disparou os tiros a queima roupa, enviasse recentemente uma carta ao comandante Fidel Castro agradecendo o tratamento que lhe dedicaram médicos cubanos que estão na Bolívia cuidando da saúde da população.

“Teria ficado cego não fosse um dos médicos cubanos que aqui trabalhavam” diz a carta que ele enviou.

O nome do soldado?

Mario Teran, que por mais de 30 anos dizia chamar-se  Pedro Salazar.

Mario Teran diz arrepender-se por ter obedecido a ordem de executar “el Santo Ernesto”, de quem ele também tornou-se devoto.

São inúmeros os milagres que San Ernesto tem realizado.

E continua realizando de acordo com os humildes moradores de La Higuera.

Assim foi a breve vida de Che Guevara, el San Ernesto, um ser humano que lutou por um mundo melhor, sem explorados e oprimidos.
      
                               TRIBUTO AL CHE


*Bourdokan

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