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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, outubro 26, 2014

Jornalistas internacionais criticam reportagem mentirosa da Veja


As ações golpistas da Revista Veja já são destaque na imprensa internacional. O jornalista Alex Cuadros, que já trabalhou para a Bloomberg, publicou em seu Twitter(link is external) uma mensagem dizendo: “Acabei de ler a história da Veja alegando que Lula e Dilma sabiam do esquema da Petrobras. Não cita nenhuma evidência, e a testemunha em delação premiada não diz como sabe disso”. Em resposta, o também jornalista Jon Lee Anderson, da Revista New Yorker, disse: “Isso é clássico da Veja, que publica calúnias e opiniões como se fossem fatos. Uma revista tóxica com uma linha editorial que passa bem longe do jornalismo”.
Jon Lee já teve problemas com a revista Veja, anteriormente(link is external). Ele é o autor do livro “Che Guevara, uma biografia”, duramente criticado pela Veja, em 2007. Em resposta ao jornalista Diogo Schelp, que escreveu o artigo, na época, Lee escreveu: “O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade”.
A parcialidade da Veja e seu descompromisso com o jornalismo de qualidade já é velho conhecido nosso e, agora, também chama a atenção da imprensa internacional. Quem acusa tem que provar, ainda mais quando isso é feito a poucos dias da decisão das eleições presidenciais. O que a Veja fez nesta semana é descabido e criminoso. E a publicação já começa a responder por seus atos na Justiça.
*http://mudamais.com/divulgue-verdade/jornalistas-internacionais-criticam-reportagem-mentirosa-da-veja
*Obviamente

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