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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 29, 2014

Alckimin pede água

Contra 3º turno, Alckmin vai a Dilma pela água


Três dias após as eleições, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou nesta quarta-feira 29 que irá procurar a presidente Dilma Rousseff com pedidos de recursos financeiros e desoneração de impostos para que São Paulo enfrente a pior crise hídrica dos últimos 84 anos. O tom foi diferente do período das eleições, quando ele e Dilma trocaram acusações sobre o problema da água.
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“A eleição já acabou. Não deve haver um terceiro turno. Isso prejudica a população. A nossa disposição é a do diálogo e da cooperação”, disse Alckmin durante visita a Santos, no litoral paulista, onde anunciou um repasse de R$ 4,4 milhões para o início das obras de duas policlínicas. A afirmação foi feita um dia depois de o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ter dito em discurso que não aceita diálogo com o PT (leia aqui).
“O governo federal precisa tirar o imposto da água. A presidente prometeu que faria isso há quatro anos. Só a Sabesp paga R$ 680 milhões de PIS e Cofins. Vamos conversar com ela. O governo federal sempre foi nosso grande parceiro”, ressaltou. Ele também voltou a descartar o rodízio ou o racionamento de água em São Paulo. “Não há necessidade”, defendeu.
Apesar do anúncio de conversa, Alckmin fez críticas ao governo Dilma, que segundo ele, usou parte das águas das represas de Jaguari e Paraibuna para produzir energia elétrica. “Nós vínhamos preservando a represa de Jaguari. Essa água ia garantir o abastecimento humano do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro e de Campinas. A Agência Nacional de Águas, que pertence ao Governo Federal, nos obrigou a fazermos a abertura das águas a ponto de ameaçar uma intervenção”, disse ele.
O governador completou que a represa, que estava com 40% de sua capacidade total, registra agora apenas 12%. “Parte dessa água foi para produzir energia elétrica. A represa de Paraibuna está com 5% da capacidade e cai 0,4% por dia. Boa parte dessa água não está indo para abastecimento humano”.
Terceira cota
O governador também rebateu o presidente da Ana, Vicente Abreu, que disse ser impossível fazer a retirada de uma terceira RESERVA técnica do Sistema Cantareira, mas caso acontecesse, seria apenas lodo. Segundo Alckmin, a reserva não está contaminada. “Qual o motivo de não fazermos a retirada se o reservatório é o mesmo? É perfeitamente possível”, ressaltou. “A água da Sabesp é potável. Ela é controlada. Se não estiver limpa não será distribuída”, completou.
*http://www.entrefatos.com.br/2014/10/29/contra-3o-turno-alckmin-vai-a-dilma-pela-agua/

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