Após áudio vazado da Sabesp, oposição estuda pedir impeachment de Alckmin
Para deputados, houve uso político da crise hídrica por parte do governador e “prevaricação” de Dilma Pena. Caso pode parar no Ministério Público. “Isso é muito grave. Ele não está apto para ocupar o cargo”, afirmou Carlos Giannazi (PSOL), comentando áudio divulgado por Fórum
Por Igor Carvalho
Nesta sexta-feira (24), o Blog do Rovai divulgou, com exclusividade, áudios de uma reunião em que a presidenta da Sabesp, Dilma Pena, admite o “erro” de não comunicar à população sobre a crise hídrica vivida no estado. Na reunião, a dirigente afirma que recebeu ordens de “superiores” para que não se falasse sobre o assunto.
Na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a oposição entende que há motivos para que Geraldo Alckmin (PSDB) deixe o governo do estado. “Vamos estudar a possibilidade do pedido de impeachment do governador, isso é muito grave. Ele não está apto para ocupar o cargo”, afirmou o deputado Carlos Giannazi (PSOL).
Alencar Santana (PT), que preside a Comissão de Infraestrutura da Alesp, também cogita a possibilidade de impeachment. “Se essa ordem ‘superior’ for do Alckmin, eu entendo que é possível juridicamente isso. Precisamos que a população de São Paulo assim queira, também”, disse o parlamentar, que explicou quem pode ser o ‘superior’ de Dilma Pena.
“Só pode ser da cúpula do governo, porque é a presidenta da Sabesp quem diz, e acima dela só o governo de São Paulo e sua cúpula.” Para Alencar, o áudio revelado por Fórum mostra que a decisão de omitir a crise foi para não prejudicar a candidatura de Alckmin à reeleição. “Se ela afirma que precisava ser comunicado, houve um entendimento técnico da medida. Se não foi feito, é porque a orientação que ela recebeu foi política. Temos aí dois crimes, estelionato eleitoral do governador e prevaricação de Dilma Pena.”
Para o deputado Luiz Cláudio Marcolino (PT), a possibilidade de impeachment tem que ser estudada. “A Dilma terá que vir na Alesp e se explicar. Se a ordem ‘superior’ foi do Palácio dos Bandeirantes, nós temos que tomar providências.”
O “deboche” da presidenta da Sabesp, em recente depoimento à CPI da Água na Câmara Municipal de São Paulo, foi lembrado por Marcolino. “Ela já demonstrava, ali, que não estava tratando o assunto com a dimensão que merece. Isso é um desrespeito com a população.”
Giannazi afirmou que vai procurar o Ministério Público. “O peso da lei deve recair sobre o governador e a Dilma [presidenta da Sabesp]. A água é um bem público, não se pode brincar com ele por conta de benefícios eleitorais”, afirmou o parlamentar do PSOL, que lamentou que a presidenta da Sabesp chame os paulistas de “clientes”. “Isso mostra como está a mentalidade deles.”
Confira os áudios:
Dilma Pena
Paulo Massato
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