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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 29, 2014

Quem tem medo da voz da população? Quem deve TEME


====>> Uma reflexão sobre a derrubada do decreto de Conselho Popular da Dilma:
Quem tem medo da voz da população? ___
"Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente".___ O artigo primeiro, parágrafo único , da Constituição Federal já nos mostra que não há contradição no decreto da presidente Dilma_derrubado ontem pela oposição derrotada na disputa presidencial_ que tinha por objetivo fortalecer e regulamentar os mecanismos de diálogo do governo com a sociedade.___ A população exige mais mudanças e participação política. Ampliar e fortalecer esse diálogo com a sociedade deveria ser, no nosso ponto de vista, o objetivo de todos os parlamentares.___ Por que ter medo da voz da população?
Uma reflexão sobre a derrubada do decreto de Conselho Popular da Dilma:
Quem tem medo da voz da população?
"Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente". O artigo primeiro, parágrafo único , da Constituição Federal já nos mostra que não há contradição no decreto da presidente Dilma_derrubado ontem pela oposição derrotada na disputa presidencial_ que tinha por objetivo fortalecer e regulamentar os mecanismos de diálogo do governo com a sociedade. A população exige mais mudanças e participação política. Ampliar e fortalecer esse diálogo com a sociedade deveria ser, no nosso ponto de vista, o objetivo de todos os parlamentares. Por que ter medo da voz da população?
O Decreto não estabelece e não cria mecanismos de democracia direta, como assembleias ou conselhos populares. Este é um falso debate que a oposição faz para confundir a população. O objetivo da proposta é regulamentar todos os espaços já existentes de diálogo com a sociedade, como, por exemplo, conferências e a ouvidoria federal. Para vocês terem uma ideia, o governo FHC (PSDB) realizou 21 conferências temáticas para auxiliar na elaboração de políticas públicas. Será que a oposição é contra a realização de conferências? Não ouvimos a oposição reclamar quando o presidente Lula criou o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que reúne empresários, sindicalistas e outros segmentos para auxiliar o governo na elaboração de políticas públicas. Esta é uma reflexão que devemos fazer a partir deste tema.
Nosso mandato seguirá lutando para que a população tenha mais voz e espaços de participação junto à administração pública. A irresponsabilidade da oposição, em utilizar este tema para fazer lobby para a aprovação de outros projetos, demonstra a concepção de diálogo que defende e falta de compromisso com as mudanças que o país precisa.
Descurtir*Maria Lucia Lula Dilma Lemos 

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