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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 23, 2014

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Golpe a vista? - Lula diz que “histeria” lembra ano do suicídio de Vargas

Rio Grande do Sul 247 – A "histeria" da campanha atual é semelhante ao ano que antecedeu o suicídio do ex-presidente Getúlio Vargas, em 1954, afirmou nesta quarta-feira 22 o ex-presidente Lula, durante campanha em Porto Alegre. "A mesma histeria que a direita tinha contra Getúlio, nos anos 50, eu vejo estampada no discurso dos nossos adversários", disse ele.
Lula, que fez campanha no Rio Grande do Sul pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador Tarso Genro, candidatos à reeleição, defendeu também comparou o "choque de gestão" pregado pelos tucanos com as torturas da época da ditadura militar - "Esse negócio de choque de gestão já deram na Dilma, o choque de gestão utilizado na tortura" – e defendeu que os eleitores que apoiaram a candidata Marina Silva (PSB) no primeiro turno têm "obrigação" de votar em Dilma no segundo.
"A nossa querida companheira Marina... Eu espero que, se eles se lembrarem da relação da Marina com o Tarso... Todo mundo que votou na Marina tem obrigação moral e política de votar no Tarso e na Dilma. Não tem outro voto, porque votar no Aécio é votar no atraso", afirmou. Lula pediu ainda "só mais essa" vitória para o PT. "Eu já perdi muitas eleições, mas também ganhei muito. E o futuro a Deus pertence. Por isso eu peço: só mais essa, só mais essa (eleição). Eu faço 69 anos na segunda-feira, dia 27. Por favor, me deem de presente a vitória da Dilma".

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