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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 30, 2014

Revolta da água já tem data marcada para começar: Sábado (1), no Largo da Batata

Revolta da água já tem data marcada para começar: Sábado (1), no Largo da Batata

Depois de meses convivendo com racionamento informal e descaso do governador, população de São Paulo marca manifestação “Alckmin, cadê a água?”
Por SpressoSP

No próximo sábado (1), no Largo da Batata, às 15h, a população de São Paulo realizará a primeira manifestação contra a falta d’água depois das eleições. O intuito do ato, que recebeu o nome de “Alckmin, cadê a água?”, é pressionar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a assumir as responsabildiades pela crise hídrica e a tomar medidas urgentes frente à situação calamitosa.

A falta d’água – ainda que o governador de São Paulo e a Sabesp neguem – já é uma realidade há meses no estado de São Paulo. Pesquisa recente do Datafolha apontou que mais de 60% da população já passou por cortes na distribuição no último período e Geraldo Alckmin (PSDB), durante toda a campanha eleitoral, seguiu reafirmando que não faltará água.

“É preciso dar um basta! O verdadeiro culpado por essa crise não é São Pedro e sim o governador Geraldo Alckmin. A Sabesp, companhia de abastecimento do estado, sabia que a situação estava insustentável. Ainda assim, o dinheiro arrecadado com o pagamento das contas de água foi usado para encher o bolso dos acionistas da companhia ao invés de ser investido em obras. Agora, os tucanos não tem como escapar”, escreveram os organizadores do ato na página do evento no Facebook. Até agora, mais de 10 mil pessoas já confirmaram presença.

A manifestação foi convocada por uma série de coletivos e movimentos sociais.

No início do mês, a presidenta da Sabesp, Dilma Pena, havia afirmado que, se não chover consideravelmente nas próximas semanas, a água do Sistema Cantareira – o maior do estado – deve acabar em meados de novembro.

Na última sexta-feira (23), Fórum revelou áudios de uma reunião da diretoria da Sabesp. Na ocasião, a presidenta da empresa reconhece o “erro” em não comunicar à população sobre a crise hídrica. Dilma ainda afirma que não alardeou os paulistas por conta de “ordens superiores.”

A divulgação dos áudios fez com que o deputado estadual, Carlos Giannazi (PSOL), protocolasse um pedido de impeachment na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).


Clique aqui e confirme presença na página do evento no Facebook.

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