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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, dezembro 12, 2014

— O que houve com as relações humanas? —
Se pararmos para analisar com cuidado a profundidade deste assunto, descobriremos, talvez de forma assustada, que existe um número muito grande de pessoas satisfeitas com todo o conteúdo da nossa tecnologia.
Acabamos por doar facilmente nossa energia para aparelhos eletrônicos ou qualquer tipo de máquina, por preguiça de pensarmos, tornando nosso comportamento muito mais mecânico e limitado do que precisava ser.
Por mais difícil que seja para a maioria, é um fato que nossos cérebros precisam ser exercitados, poxa, ao menos para fazer um cálculo ou interpretar, ler, qualquer coisa! A área da psique é tão vasta quanto a de um computador, mas muitos preferimos usa-lo para encontrar respostas para nossas dúvidas, ou para resolver problemas que sem ele, seriam mais ''difíceis'' de resolver.
E além do emburrecimento drástico que a nossa ''adorada revolução tecnológica'' pode nos trazer, muitos estão trocando diálogos que poderiam, inclusive, mudar completamente o rumo de suas vidas por meras distrações.
Isso é apenas mais um jogo do sistema, que visa a nossa separação, para que assim possam nos controlar facilmente.
Redes sociais, celulares da moda, bens de consumo, status social, etc... Gente, esse tipo de coisa pode aumentar o nosso individualismo, consequentemente, nos fazendo entrar em conflitos absurdos e desnecessários.
Acho que deveríamos rever nossos conceitos, olhar para isso de perto, pois é algo que afeta muitos seres humanos, não só aqui no Brasil, é um assunto que afeta muita gente mesmo.
Postado por às

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