ONU lança Década Internacional dos Afrodescendentes
Presidente da Assembleia Geral afirmou que pessoas de descendência africana sofrem racismo em todos os países; ministra brasileira Luíza Bairros participou do evento na sede da ONU.
por Edgard Júnior Do: onumulheres
A ONU lançou nesta quarta-feira(10/12), em Nova York, a “Década Internacional dos Afrodescendentes”, que terá início em 1º de janeiro de 2015 e terminará em 31 de dezembro de 2024.
O presidente da Assembleia Geral, Sam Kutesa, disse na abertura do evento “que as pessoas de descendência africana sofrem racismo em todos os países”. O tema da iniciativa é “Afrodescendentes: reconhecimento, justiça e desenvolvimento”.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, Luiza Bairros, participou da cerimônia na sede da ONU. Em entrevista à Rádio ONU ela falou sobre a importância da Década Internacional. “O lançamento da Década é um momento de muita alegria para nós no Brasil porque o país teve um papel muito importante em todo o processo de negociação que resultou na aprovação da Década. Com isso, nós poderemos agora fazer com que todos os Estados membros da ONU possam reiterar a sua capacidade de pensar que a situação dos afrodescendentes no mundo pode ser diferente.”
Bairros disse ainda que os governos podem trabalhar de uma outra forma assumindo como responsabilidade primária o combate ao racismo e seus efeitos.
Direitos – A ministra falou também sobre o que o Brasil tem feito para combater esse crime.
“O que nós fazemos é pensar em termos de que todo mundo tem que ter direitos. Por isso trabalhamos tanto na direção do cumprimento imediato da lei de cotas que foi aprovada pelo Congresso nacional. Em 2014, conseguimos a aprovação de uma outra lei que garante 20% das vagas de concursos públicos para candidatos e candidatas negros. E fora isso, há uma série de programas que existem estabelecidos no governo federal que buscam criaroportunidades para as pessoas negras.”
Racismo enraizado – O presidente da Assembleia Geral da ONU afirmou ainda que os próximos 10 anos vão permitir que sejam analisados os desafios enfrentados pelos afrodescendentes em relação ao racismo enraizado na sociedade.
Durante a próxima década, os Estados serão encorajados a ajudar as pessoas de descendência africana reavaliando políticas e práticas que têm um impacto negativo sobre essas comunidades.
Segundo a ONU, será também uma oportunidade para “unir as vozes” e renovar a disposição política para eliminar a discriminação racial contra qualquer pessoa, em qualquer lugar.
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