Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, novembro 21, 2015
BONNER PEDE DESCULPAS A PIMENTEL NA BANCADA DO JN
Âncora afirmou, na edição desta quinta-feira 19, que o Jornal Nacional errou ao divulgar uma declaração do governador de Minas que dizia que não havia "risco imediato" de um novo acidente com as barragens da Samarco na região; a palavra "imediato", porém, não foi divulgada, mudando o sentido da frase
20 DE NOVEMBRO DE 2015 ÀS 12:22
247 – O jornalista William Bonner pediu desculpas ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na bancada do Jornal Nacional nesta quinta-feira 19.
Isso porque o jornal divulgou uma declaração de Pimentel essa semana em que o governador dizia que não havia "risco imediato" de ocorrer um novo acidente com as barragens da mineradora Samarco na região. A palavra "imediato", no entanto, foi ocultada, mudando o sentido da frase.
"O sentido da declaração do governador acabou alterado. Dizer que não há risco é diferente de dizer que não há risco imediato. Por isso nós pedimos desculpas ao governador de Minas", disse Bonner.
Nenhum comentário:
Postar um comentário