Petrobras sai das transmissões da Fórmula 1 e piora a crise da Globo
Por audiência em queda ou por “irregularidades” em contratos, perda do milionário patrocínio é mais um acidente no percurso ladeira abaixo da antes todo-poderosa emissora dos Marinho.
Helena Sthephanowitz, via RBA em 1º/11/2015
A nova diretoria da Petrobras, sem gente como Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, ex-diretores pegos pela Operação Lava-Jato em milionários esquemas de corrupção, cancelou o patrocínio às transmissões da Fórmula 1 pela Rede Globo a partir de 2016.
Pode ter sido uma decisão técnica devido à audiência da antes todo-poderosa emissora ter despencado. Mas ainda há de se esclarecer se alguma auditoria nos contratos da estatal com a Globo, no âmbito da própria Lava-Jato, encontrou algo escuso e que a boa prática administrativa desaconselha, para dizer o mínimo.
O direito sobre as transmissões da temporada 2016 da principal categoria do automobilismo mundial só foram garantidas à Globo faltando dois meses para o fim do ano, o que indica que as negociações foram difíceis e faz imaginar um provável rebaixamento no valor da cota de patrocínio, ainda não divulgado.
A Rede Globo vende seis cotas de patrocínio para o “produto” Fórmula 1. Para a temporada que vem, continuaram a cerveja Itaipava, a Renault, o banco Santander e a TIM. Na cota que foi da Petrobras entra a Unilever. Estas empresas cortaram verbas publicitárias para o veículo Televisão no primeiro semestre deste ano, conforme noticiamos aqui na Rede Brasil Atual. Com a Fórmula 1 não deve ser diferente.
A sexta cota foi preenchida em 2015 pela Zap Imóveis, empresa relativamente pequena do próprio Grupo Globo. A empresa foi incorporada pelo grupo em 2013, ano em que faturou R$60 milhões, com o objetivo de faturar R$100 milhões até o fim deste ano. Com esse porte, porém, a Zap não teria cacife para ser uma das patrocinadoras da Fórmula-1, caso tivesse que pagar de fato. Para se ter uma comparação, a empresa fabricante da Itaipava iniciou 2015 com estimativa de faturamento na casa dos R$12 bilhões.
Ou seja, sem conseguir mais um patrocinador de peso, os irmãos Marinho irão patrocinar eles mesmos. A Globo cobre a falta de um sexto patrocinador do peso de uma Petrobras com um subproduto do próprio Grupo Globo, sem receber nada de fato. Ainda que seja rubricado comoinvestimento e contando com o retorno que pode resultar da publicidade, é certo que a operação é na verdade (mais um) rombo no caixa da Globo.
Mas os problemas da Globo não estão apenas na programação esportiva, o que inclui o futebol brasileiro. Já há um crescente movimento de consumidores e torcedores, descontentes com a imposição pela emissora de jogos às 22 horas das quartas-feiras e a relação da Globo com a CBF, recheada de denúncias de corrupção e propinas sobre a venda de direitos de transmissão das partidas, já causa impactos na audiência.
Mas a emissora amarga o fato de que, pela segunda vez em sua história, uma de suas novelas perde para uma emissora concorrente a audiência no chamado horário nobre e, pior, com um produto na qual a Globo sempre foi referência, a novela. Segundo o Ibope, “Os Dez Mandamentos”, a novela bíblica da Record, tem batido diariamente os dois principais produtos da Globo: o Jornal Nacional e a novela das 21 horas, A Regra do Jogo. Nunca uma novela de outra emissora venceu o principal produto do jornalismo da Globo e a principal novela da “excelência” em novelas do país.
Na briga pela audiência, a Globo chegou a espichar a edição do último dia 14 do Jornal Nacional em 14 minutos, que teve 58 minutos no total, só para a sua novela não começar já apanhando da rival. Mesmo assim perdeu a briga no Ibope.
Para a outrora “vênus platinada” o ano de 2016 promete. Com a audiência despencando, o faturamento com anúncios e patrocínios também rolam ladeira abaixo. A ver.
*http://limpinhoecheiroso.com/2015/11/04/petrobras-sai-das-transmissoes-da-formula-1-e-piora-a-crise-da-globo/
Helena Sthephanowitz, via RBA em 1º/11/2015
A nova diretoria da Petrobras, sem gente como Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, ex-diretores pegos pela Operação Lava-Jato em milionários esquemas de corrupção, cancelou o patrocínio às transmissões da Fórmula 1 pela Rede Globo a partir de 2016.
Pode ter sido uma decisão técnica devido à audiência da antes todo-poderosa emissora ter despencado. Mas ainda há de se esclarecer se alguma auditoria nos contratos da estatal com a Globo, no âmbito da própria Lava-Jato, encontrou algo escuso e que a boa prática administrativa desaconselha, para dizer o mínimo.
O direito sobre as transmissões da temporada 2016 da principal categoria do automobilismo mundial só foram garantidas à Globo faltando dois meses para o fim do ano, o que indica que as negociações foram difíceis e faz imaginar um provável rebaixamento no valor da cota de patrocínio, ainda não divulgado.
A Rede Globo vende seis cotas de patrocínio para o “produto” Fórmula 1. Para a temporada que vem, continuaram a cerveja Itaipava, a Renault, o banco Santander e a TIM. Na cota que foi da Petrobras entra a Unilever. Estas empresas cortaram verbas publicitárias para o veículo Televisão no primeiro semestre deste ano, conforme noticiamos aqui na Rede Brasil Atual. Com a Fórmula 1 não deve ser diferente.
A sexta cota foi preenchida em 2015 pela Zap Imóveis, empresa relativamente pequena do próprio Grupo Globo. A empresa foi incorporada pelo grupo em 2013, ano em que faturou R$60 milhões, com o objetivo de faturar R$100 milhões até o fim deste ano. Com esse porte, porém, a Zap não teria cacife para ser uma das patrocinadoras da Fórmula-1, caso tivesse que pagar de fato. Para se ter uma comparação, a empresa fabricante da Itaipava iniciou 2015 com estimativa de faturamento na casa dos R$12 bilhões.
Ou seja, sem conseguir mais um patrocinador de peso, os irmãos Marinho irão patrocinar eles mesmos. A Globo cobre a falta de um sexto patrocinador do peso de uma Petrobras com um subproduto do próprio Grupo Globo, sem receber nada de fato. Ainda que seja rubricado como
Mas os problemas da Globo não estão apenas na programação esportiva, o que inclui o futebol brasileiro. Já há um crescente movimento de consumidores e torcedores, descontentes com a imposição pela emissora de jogos às 22 horas das quartas-feiras e a relação da Globo com a CBF, recheada de denúncias de corrupção e propinas sobre a venda de direitos de transmissão das partidas, já causa impactos na audiência.
Mas a emissora amarga o fato de que, pela segunda vez em sua história, uma de suas novelas perde para uma emissora concorrente a audiência no chamado horário nobre e, pior, com um produto na qual a Globo sempre foi referência, a novela. Segundo o Ibope, “Os Dez Mandamentos”, a novela bíblica da Record, tem batido diariamente os dois principais produtos da Globo: o Jornal Nacional e a novela das 21 horas, A Regra do Jogo. Nunca uma novela de outra emissora venceu o principal produto do jornalismo da Globo e a principal novela da “excelência” em novelas do país.
Na briga pela audiência, a Globo chegou a espichar a edição do último dia 14 do Jornal Nacional em 14 minutos, que teve 58 minutos no total, só para a sua novela não começar já apanhando da rival. Mesmo assim perdeu a briga no Ibope.
Para a outrora “vênus platinada” o ano de 2016 promete. Com a audiência despencando, o faturamento com anúncios e patrocínios também rolam ladeira abaixo. A ver.
*http://limpinhoecheiroso.com/2015/11/04/petrobras-sai-das-transmissoes-da-formula-1-e-piora-a-crise-da-globo/
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