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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 20, 2015

explicado por que Alckmin quer fechar escolas: ele cortará R$ 2 bi da Educação em 2006 PM NA JUVENTUDE

Menos de 24h após Alckmin dizer que não usaria a PM em “escolas invadidas”, há repressão policial em três; veja vídeos

publicado em 19 de novembro de 2015 às 22:03
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Ocupação da EE Sylvia Ribeiro, na cidade de Marília:  antes e depois da PM baixar os cassetetes. Fotos: Diário de Marília
por Conceição Lemes
Desde que os estudantes da rede pública estadual começaram a ocupar as escolas em protesto contra o fechamento de 93 e desestruturação outras 700, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) tinha só uma estratégia: reintegração de posse pela Polícia Militar (PM). Tanto que foi à Justiça requerê-la para várias unidades. E PM, todos nós sabemos, significa, no mínimo, porrada, cacetadas, gás pimenta.
Nessa quarta-feira 18, ele resolveu mudar de atitude: “Alckmin diz que não usará PM em escolas invadidas”, publica o Estadão.
Na manhã desta quinta-feira 19, portanto, em menos de 24h, houve repressão policial em três escolas ocupadas: Professora Francisca Lisboa Peralta, no município de Osasco, Professora Maria Petronila Limeira dos Milagres, em Santo Amaro, e na Sylvia Ribeiro, na cidade de Marília, ocupada por 150 estudantes.
No momento da invasão policiais militares desferiram borrachadas e utilizaram gás pimenta para tentar disperçar a multidão. Pelo menos dois estudantes com cerca de 16 anos ficaram feridos e foram levados para o Hospital das Clínicas em ambulâncias do SAMU. Uma outra aluna foi detida e levada ao Plantão Policial.
 Os dois vídeos abaixo, gravados na Sylvia Ribeiro, em Marília, comprovam:
A pergunta que fica: governador, quem então mandou a sua própria PM desocupar à força as escolas Francisca Lisboa Peralta, a Maria Petronila e Sylvia Ribeiro?
Como é de praxe, a mídia se cala.
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