Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 06, 2012


Chuíça (*) é líder no tráfico.
Virada é a roubada cultural

Saiu no Estadão:

Tráfico chega a 5 flagrantes/hora em SP e é o crime que mais cresce desde 2000


Nº de apreensões é 4 vezes maior do que há 12 anos, mas há droga à vontade em circulação


William Cardoso,

de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO – O tráfico de drogas é o crime que mais cresceu nos anos 2000 no Estado de São Paulo. O número de flagrantes feitos pela polícia paulista é hoje quatro vezes maior do que há 12 anos. Foram cinco casos por hora no primeiro trimestre, graças a uma rede de distribuição cada vez mais pulverizada, que atrai pelo lucro fácil jovens e idosos, homens e mulheres, sem distinção.


Especialistas são unânimes em afirmar que há droga à vontade em circulação. “É evidente que a repressão aumentou, mas também deve ter aumentado a quantidade de drogas. Não se pode dizer que é apenas a ação da polícia a responsável pelo crescimento no número de flagrantes, porque aí poderia ter aumentado o preço. São as duas coisas”, diz o pesquisador em Segurança Guaracy Mingardi.


A queda significativa no preço deixa claro que há mais entorpecente em circulação do que a polícia consegue apreender. Sobra droga nas mãos dos traficantes.


Segundo a polícia, o preço da cocaína caiu pelo menos 30%, tanto no varejo quanto no atacado. O quilo da pasta custava no mercado nacional entre R$ 10 mil e R$ 12 mil no início dos anos 2000. Hoje, está entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. A “versão comercial” da droga, aquela que chega ao consumidor final, sai atualmente por algo entre R$ 4 mil e R$ 5 mil o quilo.


Para o coordenador do Observatório de Segurança Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Luís Antonio Francisco de Souza, o mercado de drogas não segue necessariamente a mesma lógica dos demais, porque há um cálculo das perdas – pelo fato de ser algo ilegal. Mesmo assim, o aumento na quantidade de entorpecentes é sensível. “A droga está mais disseminada, porque ficou mais barata e porque os traficantes fazem seu cálculo de risco (sobre quando colocá-la no mercado).”


Além disso, a participação do tráfico sobre o total de boletins de ocorrência registrados nas delegacias paulistas cresceu três vezes em 12 anos – respondia por 0,44% dos BOs em 2000 e, hoje, alcança 1,38%.


O comércio da droga se expandiu sem fronteiras por São Paulo. Os flagrantes cresceram em todas as direções do Estado. Na Região Metropolitana, o aumento foi de seis vezes em 12 anos. Na capital, o número de flagrantes se multiplicou por 3,6 no mesmo período. No outro extremo, nos municípios do interior do Estado, o crescimento foi de 3,75 vezes, favorecido sobretudo pela disseminação do crack no campo, principalmente nos canaviais


(…)

Navalha
O amigo navegante há de se lembrar como a Rede Globo ajudou a estigmatizar o Rio como o centro mundial da droga e do tráfico.
Era para atingir os governos trabalhistas, especialmente o do Brizola.
Tratava-se de uma peripécia mirabolante dos Kamel e Mervais.
São Paulo consumia mais carros, pastas de dente e helicópteros que o Rio, e o Rio consumia mais droga que São Paulo.
Agora, está aí a Chuíca (*), nua em pelo.
E olha que na Secretaria de Segurança do Rio os numeros sobre a Segurança em São Paulo são levados tão a sério quanto os da circulação da Veja.


Ainda no Estadão, o amigo navegante poderá ler sobre a  catastrófica Virada Cultural concebida pelo Padim Pade Cerra e neste sábado extinta por seu herdeiro, o Kassab:

Adolescente morre durante a Virada Cultural e dois são baleados, informa Polícia Militar


A madrugada da 8ª edição da Virada Cultural de São Paulo deixou um saldo trágico. Segundo informações da Polícia Militar, uma menina de 17 anos morreu com suspeita de overdose de cocaína. A adolescente passou mal, foi socorrida no posto médico móvel instalado nas proximidades da Avenida São João e os médicos a encaminharam para o Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia, onde ela já chegou morta.


Além disso, o major da PM Carlos Alberto informou que durante os eventos da Virada Cultural um agente da Polícia Federal disparou em direção a um táxi e, por isso, foi abordado por policiais militares. O agente teria revidado a ação dos PMs, houve troca de tiros e ele ficou ferido no abdómen.


Esse mesmo agente teria atirado, ainda segundo a PM, em um jovem, que também ficou ferido e foi hospitalizado. O agente da Polícia Federal será autuado em flagrante por resistência à prisão e tentativa de homicídio.


(…)


E na Folha (**):

Alex Atala é vaiado após confusão para comer galinhada no Minhocão


As pessoas que aguardaram até cinco horas na fila –que chegou a 300 metros– para comer a galinhada do chef Alex Atala ficaram decepcionadas porque ele deixou o local quando finalmente o espaço no Minhocão foi aberto para a entrada do público.


(…)


À meia noite, ao invés de entrarem de 20 em 20 pessoas, como estava previsto, a multidão invadiu o local e se aglomerou em frente à barraca –que estava decorada com pôsteres de “Veta Dilma”, em referência ao código florestal votado no dia 25 de abril.


Mauricio Schwartz, da organização do evento, afirmou que todas as pessoas que pegaram uma das 500 senhas que haviam sido distribuídas iriam comer da galinhada. Enquanto a organização buscava uma maneira de vender os pratos, o público vaiava.


Cecília Russo, professora aposentada, 74, nunca comeu no restaurante do Atala. Ela conseguiu pegar a senha número um, e estava na fila desde as 22h. “Vim para prestigiar o Atala, ele é o quarto melhor do mundo e o gosto da galinhada faz jus ao prêmio. Veio muito mais gente que o esperado, por isso está essa confusão.”



(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário