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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, maio 09, 2012

Estudo sobre homicídio de mulheres coloca Brasil em 7º lugar no ranking mundial

Estados com maiores números de casos violentos foram Espírito Santo, Alagoas e Paraná
Um estudo divulgado nesta segunda-feira, 7, apontou que o Brasil tem o sétimo maior índice de homicídios entre as mulheres entre 84 países. De acordo com a pesquisa, a taxa de homicídio no país ficou em torno de 4,4 vítimas para cada 100 mil mulheres.
El Salvador lidera o ranking, com taxa de 10,3 vítimas para cada 100 mil mulheres. Na frente do Brasil ainda aparecem Trinidad e Tobago (7,9), Guatemala (7,9), Rússia (7,1), Colômbia (6,2) e Belize (4,6).
Com taxa zero, Marrocos, Egito, Bahrein, Arábia Saudita e Islândia estão na outra ponta do índice de homicídios entre as mulheres.
A pesquisa, coordenada pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, foi batizada de 'Mapa da Violência de 2012: Homicídios de Mulheres no Brasil' e foi feita com apoio da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais - FLACSO - e do Instituto Sangari.
O objetivo do estudo é traçar um panorama da evolução do homicídio de mulheres entre 1980 e 2010, quando foram assassinadas 91.932 mulheres, sendo quase a meta e - 43.486 mortes - na última década desse período.
Os Estados com maiores taxas, no ano de 2010, foram: Espírito Santo, Alagoas e Paraná, com taxas de 9.4, 8.3 e 6.3 homicídios para cada 100 mil mulheres, respectivamente.
Um detalhe também significativo é o local onde aconteceu a agressão: em 69% das vítimas femininas atendidas pelo SUS, foi na própria casa.
O relatório completo do estudo pode ser acessado pelo site: http://www.mapadaviolencia.net.br/
*comtextolivre

Violência contra as mulheres, no Brasil, cresceu 200% em 30 anos






Entre os anos de 1980 e 2010 aproximadamente 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. Segundo o Mapa da Violência, última década concentrou 43,5% das ocorrências do período avaliado.


Entre os anos de 1980 e 2010 aproximadamente 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. O “Mapa da Violência no Brasil 2012” apresentou nesta semana, um caderno especial denominado “Homicídio de Mulheres no Brasil”. No documento consta que a última década concentrou 43,5% das ocorrências do período avaliado.
O percentual de vítimas identificadas anualmente cresceu mais de 200% em 30 anos. Em números proporcionais, o relatório destaca um índice de 4,4 homicídios para cada grupo de 100 mil representantes do sexo feminino. Essa situação coloca o Brasil em sétimo lugar no ranking dos países onde mais ocorrem feminicídios.
A partir dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde, o relatório identificou 48.152 atendimentos a mulheres relativos à violência doméstica, sexual e outras formas de agressão. Em média, a cada cinco minutos, uma mulher é agredida no país.
Em 69% dos casos notificados, a mulher sofreu a agressão na própria residência, sendo o cônjuge o principal agressor. Em segundo lugar vem a via pública, onde foram verificados 17% dos casos. Essas notificações são realizadas pelo gestor de saúde, diante da suspeita de situações de violência.
O Mapa da Violência ainda mostra que no ano de 2007 a taxa de homicídios contra mulheres teve a primeira queda do período avaliado. A redução foi atribuída à entrada em vigor da Lei Maria da Penha, no fim de 2006. No entanto, o índice voltou a crescer sem interrupções a partir de 2008.
*Cappacete

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