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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, maio 11, 2012

 Nem Mano nem Marin, bota o Santos na CBF!


Neymar FERNANDO DANTAS Gazeta Press 7001 Nem Mano nem Marin, bota o Santos na CBF!
A convocação de mais uma seleção brasileira anunciada nesta sexta-feira feira pelo técnico Mano Menezes, com a aprovação prévia de José Maria Marin, o octogenário cartola que herdou de mão beijada a CBF de Ricardo Teixeira, é a prova definitiva de que chegamos ao final de um ciclo do nosso futebol, ao fundo do poço.
Chegou a hora de mudar tudo, de cima abaixo, enquanto é tempo. O noticiário dá conta de que Marin quer derrubar Mano e ordenou ao técnico submeter a ele a lista dos convocados, 48 horas antes da divulgação, mas não basta trocar o técnico, um cara medíocre que já provou à exaustão não ter a menor condição de ocupar este cargo. A lista prova que não mudou nada.
A dois anos do início da Copa do Mundo no Brasil, tenho certeza de que, como a maioria de nós,  nem o provecto Marin, com aqueles seus ralos cabelos pintados de acaju e ar de assustado, conhece a metade dos jogadores convocados pelo Mano, alguns desconhecidos que tiram retrato com a camisa da seleção brasileira, e depois desaparecem de novo.
Sou do tempo em que qualquer brasileiro sabia declamar a escalação da nossa seleção sem ter que consultar o Google. Como notei várias vezes este ano, nem motorista de táxi lembra mais de ligar o rádio quando joga a seleção brasileira. E muito menos sabe qual é o time que está jogando.
O que fazer? Acho que a solução está na nossa cara, basta ver o Santos jogar. Quem é o maior responsável pelo belíssimo futebol deste time que lembra os melhores tempos do futebol brasileiro?
É o Neymar, claro!, responderão os mais apressados, mas eu não concordo. O maior nome do futebol brasileiro hoje atende por Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, o presidente do Santos, aquele sujeito que contratou o técnico Muricy Ramalho, profissionalizou o clube e criou as condições financeiras para manter Neymar e Ganso no Brasil, apesar de todos os milhões oferecidos para levar os dois embora.
Basta colocar Luis Álvaro no lugar de Marin e trocar Mano por Muricy para a gente voltar a ter esperanças no futebol brasileiro, tanto nas Olimpíadas como na Copa do Mundo de 2014. Mas tem que ser agora, não dá mais para esperar.
Como no bicampeonato de 1958/62, já temos um time base, que é o Santos, um cartola ousado, como foi Paulo Machado de Carvalho, e um técnico que é do ramo e não inventa, legítimo sucessor de Vicente Feola e Aimoré Moreira.
A solução é simples. Basta trocar o atual comando da CBF pela turma do Santos, do presidente aos jogadores, com o técnico junto. O problema é saber quem vai colocar o guizo no pescoço de Marin & Mano, a dupla do barulho que já está com o prazo de validade vencido há muito tempo. O futebol brasileira ainda tem, e merece, uma chance.
Só espero que não entendam tudo errado e, por eu ser são-paulino, resolvam trocar Marin por Juvenal Juvêncio e Mano por Leão. Neste caso, caros leitores, gagá por gagá, é melhor deixar como está...
Se vocês concordarem comigo, vamos fazer uma campanha na internet:
BOTA O SANTOS NA CBF!
*GilsonSampaio

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