Para evitar "extinção" da legenda, DEM aposta em especialistas internacionais
Com medo de desaparecer do cenário político, o DEM contratou
especialistas internacionais em comunicação e em gestão de campanhas
eleitorais, para instruir seus principais pré-candidatos a prefeito
sobre as eleições deste ano. O esforço da legenda tem justificativa: o
desempenho nas urnas, em outubro, será fundamental para decidir sobre
uma possível fusão com outra sigla, como o PMDB ou o PSDB.
“O DEM está consciente de que não pode fazer uma campanha convencional”,
afirmou o pré-candidato à Prefeitura de Salvador, ACM Neto, sobre a
necessidade imediata de ampliar os quadros municipais do partido na
esfera municipal, em todo o país. Já o pré-candidato à Prefeitura do Rio
de Janeiro, Rodrigo Maia, destacou a importância dos dispositivos
móveis inteligentes, reservando a eles o papel de "santinhos do futuro":
"O maior desafio será a utilização dos smartphones", disse.
Maia e Neto estão entre as novas lideranças em que o DEM aposta para
sobreviver. Ambos participaram do curso intensivo de preparação,
assistindo, por exemplo, a palestras dos americanos Jim Harff, sobre
relações com a mídia, e Lee Brenner, especialista em estratégias de
mídias sociais. Mais de 50 pré-candidatos e assessores participaram do
seminário, que ocorreu em um centro de convenções, em São Paulo.
Nascido do PFL, o DEM desempenha, atualmente, papel coadjuvante. Chegou
a ter, em 2006, a maior bancada do Senado, com 18 cadeiras. Hoje, tem
apenas quatro. Na Câmara, passou de 43 deputados, no ano passado (antes
da criação do PSD), para 27, agora. No Executivo, Rosalba Ciarlini (RN) é
a única governadora do DEM. Em menos de dois anos, o partido perdeu os
governos do Distrito Federal e de Santa Catarina e a Prefeitura de São
Paulo.
A crise na legenda começou em 2007, com a morte de Antônio Carlos Magalhães (BA) e a mudança de nome, de Partido da Frente Liberal para Democratas. Dois anos depois, a derrocada ganhou força, com o escândalo do “mensalão do DEM”, que levou a cassação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. No ano passado, a sigla perdeu quadros tradicionais, quando o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, criou o PSD. E, recentemente, a situação piorou, com o surgimento de denúncias contra o senador Demóstenes Torres (GO)
*Oterrordonordeste
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