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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, junho 28, 2013

Tributação sobre grandes fortunas renderia R$ 10 bilhões, diz Paulo Teixeira

por Redação RBA
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Teixeira: "Proporcionalmente, o Brasil tributa mais o pobre do que o rico. Precisamos de reforma tributária"
São Paulo – Autor do Projeto de Lei Complementar (PLC) 130, de 2012, que institui o Imposto sobre Grandes Fortunas, previsto no artigo 153 da Constituição Federal, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) calcula que a nova tributação renderia R$ 10 bilhões aos cofres públicos, valor que poderia ser investido em serviços para a população: "Calculamos que cerca de 10 mil famílias estariam dentro desse imposto. Ele permitiria uma renda de R$ 10 bilhões, que poderia ser investida na saúde, área que custa caro e cujo serviço é universal."
Em entrevista à Rádio Brasil Atual hoje (28), Teixeira diz que o Brasil precisa melhorar serviços públicos como educação saúde e transporte, cujos investimentos podem ser feitos a partir de uma "tributação mais justa": "O Brasil tributa mais o pobre do que o rico, proporcionalmente à sua renda.  Precisamos de uma reforma tributária mais profunda. Demos um passo com a desoneração dos produtos da cesta básica, mas precisamos tributar o outro lado, o das grandes fortunas, que são ganhos e patrimônios com valores acima de R$ 14 milhões."

Teixeira afirma ser preciso dialogar com a juventude a partir do "tipo de linguagem" que ela tem. "O PT precisa estar com a juventude. De certa forma, nos afastamos dela, mas é fundamental dialogar e entender que ela tem uma forma de participação e comunicação diferente de movimentos tradicionais. Ela privilegia o diálogo nas redes sociais, tem outra forma de se comunicar."

O PLC está desde setembro de 2012 na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados.

Ouça a reportagem completa na Rádio Brasil Atual
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