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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, junho 25, 2013

A Globo esculacha a política
e não quer reformá-la

Se reformar, a soberania popular se torna mais legitima, musculosa, representa melhor os interesses do povo. Plebiscito, Constituinte exclusiva, não !



A questão do plebiscito e da Constituinte exclusiva para a reforma política e eleitoral expôs a monumental hipocrisia da Big House.

A Big House gosta do povo nas ruas, para derrubar a Dilma.

Para ir a um plebiscito, jamais !

Nessa dialética, Fernando Henrique é o Tartufo em sua mais cristalina essência.

E a Globo ?

Nenhum instrumento da Big House esculacha mais a Política e os Políticos do que a Globo.

Mais que o Supremo do Gilmar.

O Alexandre Maluf Garcia, na verdade, é o mais inofensivo nesse ataque implacável: ficou manjado.

Denúncias de aumentos de salários, maracutaias generalizadas, escândalo do painel, Emenda Tio Patinhas, falta ao serviço, corrupção deslavada…

Mas, na hora de convocar o plebiscito que o Presidente do Supremo parece preferir, aí, não !

Para que reformar a Política e a a forma de eleger os Políticos ?

Não, deixa como está a patifaria emplumada.

Por que a tartufice, amigo navegante Ricardo ?

A Globo esculacha a política e os políticos para desqualificar a representação popular, a soberania popular, a única que legítima a Democracia e as Leis.

A Globo tenta tirar um pedaço da soberania popular, reduzir seu tamanho.

E, com isso, transferir o controle o Estado para ela, Globo, seus colonistas (*) e especialistas – aqueles multi-embusteiros que entendem nada de tudo.

A Globo esculacha a Política e os Políticos, porque, assim, ela desloca o poder para os economistas dos bancos, que preferem as atas do Banco Central a qualquer Constituição.

E levar o poder ao Supremo Tribunal Federal, onde, em última instância, planeja dar um Golpe Paraguaio.

Agora, Ricardo, na hora de fazer a reforma do que ela condena, aí, não !

Se reformar piora !

Se melhorar fica ruim.

Se reformar, a soberania popular se torna mais legítima, musculosa, representa melhor os interesses do povo.

Plebiscito, Constituinte exclusiva, não !

A Globo, a bordo de iluminados helicópteros, com microfones encapuzados, estimula a anomia.

Para derrubar a Dilma diante um Congresso impotente.

E os bancos e o Supremo, no pelotão da frente, assumem o controle.

É o que a Globo e os tartufos maiores e menores querem, Ricardo.

Paulo Henrique Amorim

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