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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 11, 2015

BRICS a organização do futuro

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com os demais líderes dos BRICS em Ufá, na Rússia

Dilma em Ufá: Ação do BRICS será fundamental para o desenvolvimento global

© Roberto Stuckert Filho/PR

A Presidenta Dilma Rousseff destacou nesta quinta-feira (9), em encontro com o Conselho Empresarial do BRICS, em Ufá, na Rússia, a importância de fortalecer o desempenho dos países que integram o grupo, para garantir o desenvolvimento global neste momento de crise econômica internacional.
Durante o evento que fez parte da intensa agenda da 7.ª Cúpula do BRICS, a presidente também falou sobre a necessidade do setor empresarial na promoção do desenvolvimento econômico. “Neste momento de crise internacional, nós devemos reforçar cada vez mais o papel dos BRICS, tão importante para o desenvolvimento global. Para tanto, o comércio e os investimentos [dos BRICS] serão fundamentais. Assim, o Conselho Empresarial do BRICS também vai cumprir um papel estratégico. Os BRICS têm sido responsáveis por cerca de 40% do crescimento mundial e pela intensificação dos fluxos econômicos entre os países do mundo. Agora, esses fluxos entre nós trarão benefícios para as nossas economias, diante do cenário internacional, e também para o mundo.”
Dilma Rousseff ainda falou sobre a sua satisfação em constatar nesta 7.ª Cúpula do BRICS que os acordos constitutivos foram ratificados e as novas instituições (Banco de Desenvolvimento e Arranjo Contingente de Reservas) estão prontas para funcionar. A presidente ressaltou também que a atuação do  Novo Branco de Desenvolvimento (NBD) não vai ficar limitada apenas aos países que integram o grupo BRICS. “Até 2020, os países em desenvolvimento, como um todo, precisarão de um volume de investimentos em infraestrutura que alguns calculam como sendo de US$ 1 trilhão por ano. É nesse cenário que o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS terá um papel importante na intermediação de recursos para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável, inicialmente em nossos países e posteriormente em outros países em desenvolvimento.”
Em seu discurso, Dilma ainda destacou que o Governo brasileiro está tentando fortalecer a economia doméstica para retomar o crescimento econômico do país. Ela voltou a mencionar o lançamento, feito em junho, do Programa de Investimento em Logística como uma das principais ações para desenvolver a infraestrutura do Brasil, contando inclusive com a parceria dos países BRICS. “No Brasil, estamos fortalecendo nossas políticas macro e microeconômicas, para retomar o mais breve possível o crescimento sustentável da economia. Para estimular os investimentos, buscamos diminuir o risco regulatório e aumentar a transparência e a governança das relações entre empresas e governos. Lançamos um plano ambicioso na área da infraestrutura, especificamente em logística, e estimulamos ampla presença de investidores dos países BRICS em setores como ferrovias, rodovias, portos e aeroportos.”
A presidente fechou seu discurso concordando com a posição do Conselho Empresarial do BRICS em relação à necessidade de aumentar a cooperação entre os países do bloco no setor da educação. “A educação garante dois ganhos econômicos e sociais básicos: a inclusão social permanente e o salto qualitativo na nossa competitividade em direção à economia do conhecimento. Tendo adotado para meu governo o lema ‘Brasil, Pátria Educadora’, não poderia estar mais de acordo com a cooperação entre os BRICS na área da educação.”
Antes de participar da reunião do Conselho Empresarial, Dilma Rousseff conversou com o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e ainda teve um encontro privado e um almoço de trabalho com chefes de Estado e de Governo.
Após participar da 7.ª Cúpula do BRICS, em Ufá, a Presidenta Dilma Rousseff viaja nesta sexta-feira (10) para Roma, na Itália, para se encontrar com o Presidente Sergio Mattarella e o Primeiro-Ministro Matteo Renzi. Além da capital italiana, ela também vai a Milão, conhecer o estande brasileiro na Expo Milão, feira que reúne 150 países sob o tema: “Nutrir o Planeta, Energia para a Vida”. O Brasil participa da exposição com o objetivo de divulgar o país como um fornecedor de produtos e também como um destino de investimentos internacionais.


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