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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 02, 2015

crucificação na Parada Gay, processa Marco Feliciano por danos morais (agora é a ciência)

Viviany Beleboni, a atriz transexual que encenou crucificação na Parada Gay, processa Marco Feliciano por danos morais

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Viviany Beleboni, a atriz e modelo transexual que encenou a própria crucificação na19ª Parada do Orgulho LGBT, entrou com um processo de indenização contra o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) por danos morais.
A atriz informou ao EGO que o deputado cedeu várias entrevistas à mídia condenando a sua atitude no evento. Além disso, o pastor também possui várias fotos dela sendo crucificada na porta do seu gabinete. Por conta de toda a exposição, Beleboni alega que vem recebendo ameaças de morte pelas redes sociais.
"Existe uma ação de indenização com pedido de tutela antecipada para ele (Feliciano) excluir todos os vídeos, comentários e fotos expostas em seu gabinete, a título de liminar", explica a advogada de Viviany Beleboni, Cristiane Leandro de Novais, em entrevista ao site. "Em segundo lugar há um pedido de retratação e indenização. Ele expôs Vivi ao ridículo e fez incitação criminosa para que outras pessoas venham a agredi-la."
De acordo com o UOL, Beleboni pede R$ 788 mil. "Isso trouxe dano moral e de honra a ela, que não tem saído de casa por medo de ser agredida. Ela perdeu peso e não tem saído. Com isso, tem deixado de aceitar propostas de trabalho. Por fim, entramos com um pedido de medida cautelar para que ele fique a até 600 metros de distância dela", explicou a advogada ao EGO.
Entenda o caso
Após o protesto de Viviany Beleboni na 19ª Parada do orgulho LGBT, o deputado Marco Feliciano se manifestou nas redes sociais e também no Congresso, quando a bancada evangélica interrompeu uma sessão em andamento para protestar contra a Parada Gay e outros eventos, como a Marcha das Vadias, e Marcha da Maconha.
*http://www.brasilpost.com.br/2015/07/01/viviany-processa-felician_n_7705182.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004

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