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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 02, 2015

E a imprensa, que perdeu todo os pruridos de humanismo, decência e moralidade, guiando-se pelo único norte da demagogia antigoverno, adora as piruetas.

Cunha só pensa em golpe. Vem aí a emenda “aglomerativa” para reduzir maioridade

 Fernando Brito
cunharaimundo
Como a Ministra Rosa Weber não concedeu liminar no pedido de suspensão da decisão inédita da Câmara de aprovar o que havia rejeitado na véspera, no caso do financiamento empresarial das campanhas eleitorais ( diz o Lauro Jardim, da Veja, que com um recado ameaçador do presidente da Câmara), Eduardo Cunha sente-se livre para ir adiante no seu golpismo.
Agora, apelou, segundo o“Painel” da Folha para uma “emenda aglomerativa” (o termo regimental é aglutinativa) para voltar a por em votação a redução da maioridade penal, agora com um “mapa” completo de quem é que deve ser pressionado, chantageado politicamente, exposto e execrado.
Daqueles “deputadozinhos” que devem receber ofertas e penitências por não terem seguido o “mestre”.
Cada um aí imagine como quiser qual serão os métodos do “trabalho de convencimento” de Cunha.
O interessante, juridicamente´é que a “aglutinação” de emendas consiste em retirar trechos para simular uma decisão “diferente”, mas que preserva a intenção do original recusado.
Como o Supremo se omitiu, o audacioso Cunha não se peja de apelar, de novo, para o expediente.
E são poucos os que têm coragem ou possibilidade de chamá-lo pelo que é: um golpista regimental.
Como faz, com a sinceridade de quem não tem que ficar de meias-palavras, o meu sempre professor Nílson Lage, no Facebook:
“A capangada – conjunto de políticos conservadores, estelionatários da fé. ladrões do erário, neotrogloditas e picaretas avulsos – não se conforma de ter perdido um round em sua luta pelo poder total. O mestre-sala da politicagem prepara novas piruetas para a mídia do próximo fim de semana.”
E a imprensa, que perdeu todo os pruridos de humanismo, decência e moralidade, guiando-se pelo único norte da demagogia antigoverno, adora as piruetas.
*tijolaco

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