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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, julho 10, 2015

Dilma diz que cúpula de Ufa consolida Brics e destaca parceria com a Rússia na área espacial

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Prioridades na relação bilateral com a Rússia são adesão à missão Aster e a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

ufa-2015A presidenta Dilma Rousseff congratulou, nesta quarta-feira (8), o presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, pela organização da 7ª Cúpula dos Brics, afirmando que esse é um momento especial, quando Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinarão a conclusão do processo de ratificação do Tratado para o Estabelecimento de um Arranjo Contingente de Reservas dos Brics (CRA), que entrou em vigor na semana passada.
“Eu acho que esse é um momento especial nessa 7ª Cúpula, porque consolida-se o Grupo Brics”, disse a presidenta, durante reunião bilateral com Putin na cidade de Ufa, local do encontro e capital da República do Bascortostão.
Sobre a relação Brasil-Rússsia, Dilma destacou que a área de ciência e tecnologia, recordando que, em 2004, foi estabelecida uma parceria estratégica nesse setor entre o governo russo e o governo brasileiro, E que, desde então, esse tema tornou-se um dos elementos propulsores da parceria entre os dois países.
“Para nós, são prioridades importantes, na nossa relação bilateral, a adesão à missão Aster; a cooperação comercial e na área de parceria sobre lançamento de satélite”, enfatizou. A primeira Missão Brasileira de Espaço Profundo (Aster) é um projeto multi-institucional da Agência Espacial Brasileira (AEB). A presidenta acrescentou que o ministro brasileiro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, está participando da visita à Rússia, buscando aproximar as áreas científicas brasileira e russa.
Dilma Rousseff acrescentou que Rússia e Brasil devem desenvolver o comércio bilateral, que tem potencial de crescimento. “Nós devemos continuar trabalhando para atingir a meta dos US$ 10 bilhões no fluxo do nosso comércio”.
E destacou que a área da infraestrutura brasileira representa uma grande oportunidade de investimento. “Nós temos também grande interesse em ampliar os nossos investimentos recíprocos. O Brasil tem agora uma oportunidade ímpar, com o seu plano de investimento em logística, de atrair empresas russas, que são grandes especialistas, tanto em portos como em ferrovias”.
A presidenta lamentou não ter ido à Rússia durante a comemoração dos 70 anos da vitória sobre os nazistas, celebrada em maio deste ano.
*blogplanalto

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