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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 02, 2015

FOI TORTURADO E MORTO PELA DITADURA MILITAR E FOI DELATADO POR JOSÉ MARIA MARIN.

Nesta data, 27 de junho, nascia em Osijek, na Iugoslávia, Vlado Herzog. Vlado era seu nome verdadeiro; Vladimir foi o modo que escolheu assinar porque lhe parecia menos exótico aos ouvidos brasileiros. Em 1937, Zora, sua mãe, foi para a casa dos pais, Ziga Wollner e Sirena Wolf, para dar à luz. Ela e Zigmund, pai de Vlado, viviam na verdade em Banja Luka, hoje uma grande cidade da Bósnia e Herzegovina.
No dia 25 de outubro de 2015 completam-se 40 anos da morte de Vladimir Herzog, vitimado pela ditadura, em episódio que marca o início da derrocada do regime totalitário e da construção da democracia brasileira. Até lá, o Instituto Vladimir Herzog irá realizar diversas atividades para relembrar essa data tão importante na História do país. Entre essas atividades, faremos uma linha do tempo, aqui no nosso perfil, destacando alguns episódios da vida do Vlado. Vale a pena acompanhar!


  • Claudia Maria Berto FOI TORTURADO E MORTO PELA DITADURA MILITAR E FOI DELATADO POR JOSÉ MARIA MARIN.

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