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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 02, 2015

Cubano do Programa Mais Médicos recebe título de cidadania no Rio Grande do Norte

OPAS/OMS: Cubano do Programa Mais Médicos recebe título de cidadania no Rio Grande do Norte

O reconhecimento ao trabalho do médico cubano Rafael Henrique Villa Lobos Escalona, integrante do Programa Mais Médicos na cidade de Jardim do Seridó, foi aprovado por unanimidade pelos vereadores locais.
Médico cubano, Rafael Henrique Villa Lobos Escalona. Foto: OPAS/OMS
Médico cubano, Rafael Henrique Villa Lobos Escalona. Foto: OPAS/OMS
O presidente da Câmara Municipal de Jardim do Seridó, José Justino, convocou a 2ª Sessão Solene de 2015 em 23 de junho para atribuir o Título de Cidadania Jardinense ao médico cubano Rafael Henrique Villa Lobos Escalona, integrante do Programa Mais Médicos. Oreconhecimento ao trabalho do médico na cidade foi uma proposta da vereadora Geralda Medeiros, e o requerimento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores locais.
“Quando decidi aceitar o desafio de vir para o Brasil, eu sabia das dificuldades que seriam enfrentadas, por se tratar de uma medicina diferente, mas o maior obstáculo foi com o idioma, superado com o passar do tempo”, declarou Rafael Henrique, que também citou o seu bom acolhimento. “Uma das coisas que me deixa feliz é escutar na rua as pessoas dizendo: aquele é o médico cubano”.
Entre os elogios, os vereadores citaram o “lado humano, bondoso, generoso do médico” e sua “disposição para atender a população”.
O Mais Médicos é um programa lançado em 8 de julho de 2013 pelo governo federal, cujo objetivo é suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.
Médicos brasileiros tiveram prioridade em preencher as vagas do programa. As vagas remanescentes foram oferecidas primeiramente a brasileiros formados em universidades no exterior e em seguida a médicos estrangeiros, que trabalham sob uma autorização temporária para praticar Medicina, limitada à provisão de atenção básica de saúde e restrita às regiões onde serão direcionados pelo programa.
*http://nacoesunidas.org/opasoms-cubano-do-programa-mais-medicos-recebe-titulo-de-cidadania-no-rio-grande-do-norte/

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