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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 06, 2010
Deputado ACM Neto (DEM) livra a cara do “deputado do Castelo”
Deputado ACM Neto (DEM) livra a cara do “deputado do Castelo”
Lembram-se o deputado do Castelo? Edmar Moreira (DEM-MG) usava a verba indenizatória da Câmara Federal no pagamento de serviços de segurança prestado a ele mesmo por uma empresa de sua propriedade. Vejam, quem salvou o mandato parlamentar dele?
O comentarista Fernando Rodrigues, do Folha de S. Paulo (3 de maio) escreveu: “O mandato de Edmar Moreira foi salvo por uma APURAÇÃO POSTIÇA montada pelo Corregedor da Câmara, deputado ACM Neto (DEM-BA). Em público, fingia buscar uma punição. Na prática, esfriou o caso. Deu certo”. Informou o Bahia de fato.
Para piorar a situação, vem o Tribunal de Contas da União (TCU), que de tribunal não tem nada, e considera improcedente a devolução do dinheiro. Ora, o relator do caso foi o ministro Raimundo Carrero, ex-faz tudo no Senado e amigão de senadores e deputados. “Apesar da Constituição estabelecer de maneira cristalina os princípios da impessoalidade e da moralidade na administração pública, o TCU julgou normal (sic) um congressista usar dinheiro do Orçamento no pagamento de serviços de segurança prestados a si mesmo por empresa própria”.
Alguém poderia esperar outra atitude do deputado ACM Neto? Agora me digam, ACM Neto tem condições de ser corregedor de alguma coisa? Eu também acho que não, nem ele e nenhum dos seus ancestrais.
Por Wilson Magno
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