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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, maio 06, 2010
Para quem tem mãe
Meus Poemas - Nilma Coimbra
Tanto se fala das mães
seus feitos e suas bravuras,
dos filhos felizes benditos
que são correspondidos...
Muitos atributos se dá, as mães bem sucedidas,
as que amaram seus filhos
e foram reconhecidas....
Quão pouco se fala daqueles
que desconhecem a conjectura,
de ter um lar em harmonia
Com toda paz e ternura...
Tantos são os desvarios,
conflitos e distorções,
nem todas as mães são mães,
nem todas as luzes iluminam...
Muitas são as mães adotivas,
que não conceberam em seu ventre,
nem dores ou mesmo rebento,
contudo deram a vida,
carinho, direção e sustento....
Mães espirituais não temais,
tua força não se compara,
tu foste escolhida entre muitas,
Pra se dar, amar e ser amada...
Porque não lembramos dos filhos,
dos bastardos preteridos,
dos que nunca tiveram mãe,
e se tiveram foram esquecidos...
Há filhos que foram trocados,
por bom preço exigido,
também há os desprezados,
mal amados, perdidos...
E dos tantos filhos precoces,
cujas mães são removidas,
no momento que nasceram,
uma morte foi requerida...
Rejeição: Palavra de dor
Que permeia filho e mães,
aprisiona e multiplica,
gosto amargo que arruina...
Ah se todos fossem um só,
no amor do Pai que unifica,
corações unidos, um mesmo pacto,
e tudo seria uma vida em família...
Meus versos aqui dedico,
à todos que ficam à margem,
que passam desapercebidos,
sejam mães, sejam filhos...
Carinhosamente, a todas as mães eu desejo que não só sejam
as melhores mães do mundo para com seus filhos, mas que seus filhos as
amem e as compreendam como mulheres especiais que são. E nunca se
esqueçam que antes de ser mãe, és filha; há uma mãe também esperando
teu carinho...
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